Até pouco tempo a maior dificuldade do produtor rural Antônio Sérgio Chiquito era com assistência técnica, situação driblada pela equipe do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), que o fez diminuir os custos com adubação e ampliar as vendas. Chiquito abriu a porteira da sua propriedade nesta sexta-feira (19), para mais de 200 produtores rurais de 11 municípios sul-mato-grossenses, para o Dia de Campo Hortifruti Legal, realizado pelo Senar/MS em parceria com o Sindicato Rural de Campo Grande.
Durante o Dia de Campo os convidados puderam avaliar a evolução da Estância Chiquito. “Com assistência técnica conseguimos incrementar tecnologias e, principalmente, controlar a adubação. Fazíamos adubação em excesso, quase o dobro do necessário. Agora temos os aparelhos que medem e, com isso, conseguimos diminuir o custo de produção. Os técnicos também trouxeram mais controle biológico, diminuindo também o uso de insumos”, afirma Chiquito, referindo-se ao trabalho desenvolvido pelo Senar/MS.
De olho no mercado o produtor rural resolveu investir na apresentação dos seus produtos. Com embalagem simples, que aumenta a durabilidade dos produtos, e criação de uma logomarca, dobrou seu faturamento.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini Filho, o trabalho merece reconhecimento. “É um conjunto de visão empreendedora com união. A propriedade é familiar e faz divisa com outras duas propriedades de irmãos do Chiquito, que optaram por unir forças, em vez da concorrência. Isso faz deles um caso de sucesso e um exemplo”, destaca Fachini, ao alertar que mais de 90% das frutas e verduras consumidas em Mato Grosso do Sul, vêm de fora, principalmente de São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
São 3.600 metros quadrados de estufa e mais quatro hectares para plantio a campo na Estância Chiquito, que somado às áreas de seus irmãos, proprietários da Chácara Santa Luzia e Chácara Santa Inês, chegam a 23 hectares. No total são 9 funcionários que se dedicam diariamente à produção de tomate grape, pimentão colorido, pimentão verde, abobrinha, abóbora seca, pepino japonês e milho verde.
“Pela demanda do mercado, com pedidos cada vez maiores, o pepino japonês e o tomate grape são os carros chefes da propriedade”, explica Chiquito, associado ao Sindicato Rural de Campo Grande, que iniciou no agro por meio do leite, mas ao avaliar o baixo valor agregado, sentiu a necessidade da troca e optou pela horticultura, aumentando assim o faturamento da família.
A distribuição dos produtos atualmente acontece na Casa de Abastecimento de Mato Grosso do Sul – Ceasa, um ponto estratégico, segundo o produtor rural, devido ao contato com clientes de todo o Estado. “Dessa forma conseguimos estreitar relação e passamos a vender para outras cidades”.
A adubação da área fez com que Chiquito investisse na criação de minhocas, que atualmente também são comercializadas na propriedade. “Minhoca tem um bom mercado, principalmente nesta fase antes de fechar a pesca. Chegamos a vender 500 litros de minhocas gigantes africanas, no período de um mês”, relata.
Participaram do Dia de Campo Hortifruti Legal produtores rurais da região de Terenos, Campo Grande, Sidrolândia, Dourados, Jaraguari, Bandeirantes, Rio Negro, Rochedo, Coxim, Pedro Gomes e Dois Irmãos do Buriti. “Viemos em 25 produtores de Terenos para buscar experiência e conhecer novas tecnologias com o Dia de Campo, do Senar com o Sindicato, que são os melhores que acontecem em Mato Grosso do Sul”, relata a presidente da Cooperativa de Leite da Agricultura Familiar – Cooplaf, Carlinda Rezende.