A carne de ovinos tem apresentado uma maior aceitação no mercado consumidor. A prova disso é que com uma demanda maior que a oferta, os preços do setor têm apresentado valorização em Mato Grosso do Sul. Esse é o destaque da editoria ‘Mercado Agropecuário’, dessa segunda-feira (25).
No estado, o mercado é comprador e bem diversificado. “Temos os compradores de animais gordos para abate, pessoas que compram animais magros para engorda e posterior abate. Além disso, temos demanda tanto para animais jovens, os mais procurados por mercados mais exigentes, quanto por adultos que se destinam à produção de carne processada”, afirma o técnico de campo do programa de Assistência Técnica e Gerencial, do Senar/MS, Custódio Junior, médico-veterinário.
A avaliação de Custódio é validada pelos números do Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada que mostram uma valorização de aproximadamente 1% em janeiro deste ano quando comparado a dezembro, com o quilo vivo do cordeiro cotado a uma média de R$ 7,8, sendo que este é um período, historicamente, de preços em baixa.
Entre as praças pesquisadas pela instituição, apenas Mato Grosso do Sul e Ceará registraram valorização no comparativo e o valor local está abaixo apenas da cotação de São Paulo. “Uma análise histórica, avaliando as cotações desde 2011, aponta para um crescimento anual de 7 a 9 pontos percentuais”, destaca Custódio.
Para o coordenador do Departamento de ATeG do Senar/MS, Francisco Paredes, o principal desafio do setor é suprir a demanda nacional da carne. “Importamos mais de 60% da carne consumida no mercado brasileiro”, reforça.
Para o coordenador do Departamento de ATeG do Senar/MS, Francisco Paredes, o principal desafio do setor é suprir a demanda nacional da carne. “Importamos cerca de 10% da carne consumida no mercado brasileiro”, reforça.
Paredes explica que o produtor rural precisa se organizar para comercializar de forma mais efetiva e assim obter lucratividade. “Há dificuldades como formação de carga para viabilizar o transporte dos animais até o abatedouro e desconhecimento do produtor do perfil do animal que o frigorífico busca para atender à crescente demanda do mercado interno”.
O relatório Agromensal do Cepea aponta que em 2019 a ovinocultura brasileira pode ser beneficiada pelo crescimento econômico esperado para o País. Mesmo que as principais carnes demandadas pelos brasileiros continuem sendo a bovina, a suína e a de frango, o crescimento da renda possibilita aos consumidores o acesso a produtos de maior valor agregado, como é o caso da carne ovina.
Segundo projeções da FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2019, a produção da proteína no Brasil deve atingir 121,4 mil toneladas, avanço de 0,76% em relação ao volume de 2018, de 120,5 mil toneladas. A FAO estima, ainda, que o consumo brasileiro totalize 127,4 mil t em 2018, o equivalente a 530 gramas per capita.