Magia e emoção marcaram presença na primeira noite do Festival Cine Novo Oeste na noite desta quinta-feira (12) na Praça do Rádio Clube. Como em uma viagem no tempo, o evento exibiu pela primeira vez em uma iniciativa aberta ao público, o filme “Alma do Brasil”, verdadeiro ícone da Sétima Arte regional e nacional.
Lançado em 1931, o filme de Líbero Luxardo e Alexandre Wulfes, retrata a Retirada da Laguna e foi todo gravado em Mato Grosso do Sul. Além de uma verdadeira aula de história, a obra foi a primeira do País com trilha sonora. As músicas que compõem o filme foram executadas durante a exibição, pela Orquestra Municipal de Campo Grande, conduzida pelo maestro Marcelo Martinelli.
Durante a abertura, que contou com centenas de pessoas, o idealizador do evento, jornalista e cineasta Airton Raes Fernandes, revelou as dificuldades para conseguir tornar um sonho entre amigos uma realidade. “Serão quatro anos em quatro dias. Esse sonho atravessou diversos problemas, mas nos mantivemos firmes em busca de um sonho, de promover a cultura e a produção cinematográfica do nosso Estado”, disse o organizador.
Para o secretário de Estado de Cultura e Cidadania, Atahyde Nery, um evento como o Festival Cine Novo Oeste é um desafio ousado e essencial para a inserção da Capital no circuito cinematográfico. “Isso mostra nosso valor. Campo Grande e o Estado ganham muito com um festival dessa dimensão”, avaliou Nery.
Responsável por obras como “Caramujo Flor”, “Olho Nu” e “500 Almas”, entre outras, o premiado cineasta Joel Pizzini fez questão de prestigiar o lançamento do evento, exaltando o resgate histórico do cinema nacional com a exibição de “Alma do Brasil”. “Estou muito comovido com essa sessão até porque acompanhei todo processo de restauração desse filme por José Octávio Guizzo e Cinemateca Brasileira. O lançamento do filme, que ocorreria na década de 1980 foi impedido devido um acidente, as pessoas não viram o filme e é curioso que historicamente a primeira exibição pública aconteça aqui. Isso é comovente e mostra o poder do cinema em readequar o tempo”, revela Pizzini, que ainda descreve o Estado único e com cenários incríveis, além de uma vocação cinematográfica única.
Programação – Com exibição de 21 produções – sendo 20 regionais, palestras, debates e apresentação de novas tecnologias, como a VR (Realidade Virtual) o Cine Novo Oeste segue com vasta programação gratuita até o domingo (15). Confira:
13 de abril (sexta-feira)
– 9h às 16h – Oficina de Crítica de Cinema com Roberto Sadovski
– 17h às 18h30 Mesa redonda “Possibilidades cinematográficas em Mato Grosso do Sul”
Filmes:
19h Ilustres Desconhecidos – Airton Raes
19h20 Conceição dos Bugres – Candido Alberto da Fonseca
19h30 Conexões Perdidas – Albano Pimenta
19h45 Pai aos 15 – Danilo Custódio
20h Não Me Lembro – Fábio Flecha
20h25 A Vez de Matar, a Vez de Morrer -Giovani Barros
20h50- Vampiros – Filipi Silveira
21h05 Solidão e Meia – Helton Perez
21h45 Nós, o(u)tros – Rodolfo Ikeda & Helton Perez
22h Aldeinha: (re)existindo – Cainã Siqueira, Gustavo Tanus e Raylson Chaves
14 de abril (sábado)
9h e 16h – Oficina “Roteiro Cinematográfico para Westerns” com Paulo Marcelo Do Vale
18h La plata yvyguy – Enterros e Guardados – Marcelo Felipe sampaio e Paulo alvarenga
19h10 Exibição do Documentário “Pitanga”, que contará com a presença do ator Antonio Pitanga e do diretor Beto Brant.
21h Mesa “Os desafios da inserção dos atores negros no mercado”, que também contará com a presença do ator Antonio Pitanga.
– Festa no Drama Bar
15 de abril (domingo)
15h às 18:30 – Piquenique com roda de conversa “O cinema sob o olhar feminino”
Filmes produzidos e/ou dirigidos por mulheres:
19h – Questão de Honra – Carol Araújo
19h20 – De tanto olhar o céu gastei meus olhos – Nathália Tereza
19h45 – “Eu te amei essa noite – Ana Ostapenko
20h – Argento – Mariana Sena Madureira Figueiró
20h15 – A procura de Marçal – Natalia Moraes & Carol Caco
20h40 – Reexistência – Eu posso ser você sem deixar de ser quem sou! – Amanda – Dim & Nadja Mitidiero
20h55 – Flor Brilhante e as Cicatrizes de Pedra – Jade Rainho
21h20 – Astaroth – Larissa Anzoategui
O festival tem apoio do SESC de Mato Grosso do Sul, Prefeitura Municipal por meio do FMIC, e SECC (Secretaria da Cultura e Cidadania).