O bodyboarder Renan Faccini concorre com outros 19 atletas na etapa sul-americana do Free Surf Bodyboarding (FSB), idealizada pela Free Surf World Tour. O circuito teve início em janeiro deste ano, na Europa, passando por diversos países de continentes distintos. O freesurfer de 26 anos, nascido na cidade de Santos, litoral paulista, percorreu as praias do estado de São Paulo durante os meses de setembro e outubro para buscar ondas pouco convencionais e surf em aéreos de grande envergadura. Aliado a um um estilo “californiano-grunge” presente nas tatuagens e vestuário, Renan promete levar as melhores manobras compiladas em vídeo com duração de um minuto para os jurados da primeira edição da competição internacional da categoria. Os assinantes do site oficial da FSB (http://freesurfworldtour.com/) vão poder votar no melhor vídeo entre os dias 25 a 30 de novembro.
“A gente tem um prazo de um mês para a edição (do vídeo). Os jurados levam em conta não a quantidade de manobras, mas a qualidade delas”, explica Renan Faccini, que é patrocinado pela MCD, Mafia Bros Distribuidora, ToobToobs Studio, Agência Velas Tur e conta com o apoio da MGiora. O convite ao rider santista para o circuito internacional inédito da categoria surgiu a partir de um email do australiano Danny Bycroft, diretor da Free Surf Bodyboarding. Nisso, foi feita uma enquete e o atleta brasileiro foi um dos mais votados pelos assinantes do site da FSB, conquistando, assim, uma vaga para o circuito – que promete ser um grande desafio para Renan, apesar de ser sua especialidade. “A minha real preocupação é com as ondas que alguns dos concorrentes vão surfar”, comenta.
Exemplo dessa busca incessante pela onda perfeita acontece quando a concorrência vem de outros picos. “No Taiti, por exemplo, é um lugar em que tem ondas constantes, muito mais que no Brasil. Acaba se tornando difícil competir quando você depende disso. Estou sabendo, também, que o pessoal do Rio de Janeiro acabou pegando um swell bom, que acabou não entrando aqui (em São Paulo), então não produzimos tanto em relação a essa manobra”, diz. Vale lembrar que, além dos países latino-americanos, esta última etapa também envolveu outros locais, como o próprio Taiti, Samoa Americana, Nova Zelândia e as Ilhas do Pacífico Sul.
“The Crow”, como Renan também é conhecido, adianta uma das manobras mais radicais que estarão presentes neste vídeo, a ser editado pela produtora Toob Toobs Studio, do seu amigo e filmaker Ramon Miranda. “Tem um invert que eu peguei, que se trata de uma manobra parecida com a Super Man de outros esportes. Destaco porque foi numa onda muito alta, pesada, e a projeção foi perfeita. Praticamente caí na praia e o ângulo capturada pelo drone ficou épico. Não é fácil botar um drone tão perto da onda da maneira como fizemos. Eu mesmo nunca tinha visto uma imagem dessas que conseguimos capturar”.
A produtora Toob Toobs, responsável pela capturação e edição das imagens das trips de Renan Faccini, conta com um drone, duas câmeras externas e mais uma câmera aquática. De acordo com o filmaker Ramon Miranda, o trabalho de finalização é, ainda assim, feito por quatro mãos. “Viro a madrugada para escolher os melhores frames, faço por prazer. Aí durante o processo, chamo o Renan para opinar. Ele tem uma visão do esporte diferenciada e também conta com um banco de trilhas sonoras muito bom para casar com as imagens. A gente vai fazendo as alterações necessárias até fecharmos o material. O próprio processo de montagem a gente vai discutindo nas trips, mesmo”. Os frames capturados foram feitos por Ramon Miranda, Nani Jackson e Diego Villamarin.