Com Leitura Enviesada, MPF Dribla STF e Criminaliza Glenn

Para criminalizar Glenn Greenwald e com isso, certamente, desmerecer as denúncias que o The Intercept vem fazendo das relações promíscuas na Operação Lava Jato de Curitiba, o procurador da República Wellington Divino Marques de Oliveira apegou-se a uma frase dita pelo jornalista nas conversas com os hackers – “Eu acho que não tem nenhum propósito, nenhum motivo para vocês manter nada, entendeu?” (sic). Dela fez uma leitura enviesada e concluiu que ele ajudava a apagar provas de um crime. Na verdade, Greenwald, como se constata dos diálogos transcritos na própria denúncia, estava apenas faze ndo o qu e a Constituição lhe garante – preservar sua fonte. O grave é que ao denunciá-lo, mesmo que alegue que não investigou o norte-americano, mas que usou provas obtidas nos celulares dos demais investigados, o procurador driblou a decisão do ministro Gilmar Mendes, de agosto passado, impedindo que o jornalista fosse investigado. Ou seja, investigar não podia, pois, a Constituição garante ao jornalista o segredo da fonte, mas criminalizar pode.
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