Combate ao Crack: Qual Medida é Mais Eficiente?

Tentemos avaliar o que pode ser feito para minimizar o uso das drogas no Brasil.

Hoje, o consumo do crack está presente em quase 100% dos municípios brasileiros. Mato Grosso do Sul possui 78 municípios, e apenas cinco com algum tipo de programa de enfrentamento do crack. Veja bem: CINCO. Tudo bem, inúmeros são os problemas que afligem a política governamental, mas enquanto ficam discutindo em como fazer um programa, os crackeiros vão se disseminando, vão matando, vão roubando, vão morrendo. Realmente, não sei o que deve ser feito. Mas sei que algo deve ser feito. E rápido.

Não há estimativas oficiais, porém autoridades calculam que o número de viciados se aproxima de 1 milhão. É um número muitíssimo alto, ainda que seja somente no Brasil. A falta de dados oficiais sobre o número de vítimas, o perfil dos dependentes e a circulação do crack é alarmante.

Mapa do Crack

Foto: Divulgação

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A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) reuniu (2013) junto aos prefeitos, dados para implantar o Observatório do Crack. Boa parte das prefeituras encaminhou dados para ajudar no levantamento, mas, infelizmente, não são todas que colaboraram neste sentido.

Antigamente, o crack se restringia a metrópoles, praticamente em São Paulo, hoje está cada vez presente nas pequenas cidades e zonas rurais. Ao pegar o mapa do crack, pode-se observar que essa droga prolifera cada vez mais. Em Mato Grosso do Sul, nas pequenas cidades e na zona rural, o nível dos problemas relacionados à circulação do crack encontra-se alto e sem resposta em alguns municípios.

Com uma diversidade geográfica, socioeconômica e cultural bem expressiva, a região de fronteira apresenta uma dinâmica mais intensa quanto ao tráfico de drogas.

As medidas que promovam ações de prevenção nas áreas de maior vulnerabilidade e risco social, já existem na sociedade sul-matogrossense, como: o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS; o Centro de Referência Especializado da Assistência Social – CREAS; CAPS (Álcool e Drogas) – que realiza o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários de drogas pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários e o Conselho Tutelar, uma vez que seu papel é articular e fiscalizar a rede de atenção à criança e ao adolescente, envolvendo setores como o da educação, saúde, assistência social, família e governo nesse processo.

Embora haja um número oficial de crackeiros, o Observatório do crack procura, através dos seus mapas, colocar em dia tudo que é ofertado; neles é possível saber o que se passa em questão de segundos. Basta conectar-se e saber o site. Mostram as pouquíssimas maneiras de prevenção, tão parcas no Brasil. Não basta criar e disponibilizar esses serviços, muitas vezes sem condições mínimas de atender a alta demanda.

Qual outra razão é mais apropriada para o tratamento destes casos: a internação compulsória, ou a conscientização dos usuários quanto aos perigos que corre? Temos que estar atentos ao número oficial de crackeiros e o que está acontecendo em cada município relacionado à droga. Mas, só isto não é suficiente. É preciso mais. Muito mais.

(*) Cilene Queiroz, escritora, bióloga, MSc em Sistema de Produção em Agronomia

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