O médico psiquiatra Rodrigo Oliveira Silva informou que 70% de seus pacientes são mulheres, as quais culturalmente procuram cuidar mais da saúde que o sexo masculino
O médico psiquiatra dr. Rodrigo Oliveira Silva, ao abordar o tema saúde mental, revelou situações preocupantes. O preconceito, por exemplo, faz com que homens procurem menos por assistência médica do que as mulheres. “70% dos meus pacientes são mulheres”, informou.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma a cada quatro pessoas vai sofrer com algum transtorno mental durante a vida. E quando o assunto é depressão, os índices são alarmantes, pois a doença afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo e é a principal causa de incapacidade.
O transtorno mental, explicou dr. Rodrigo Oliveira, pode surgir de um protótipo genético, sendo que “pessoas de famílias de depressivos têm mais chance de ter depressão, ou famílias de ansiosos vão ter mais casos de ansiedade”.
Porém, o médico psiquiatra observou que independente do fator genético, uma pessoa no decorrer da vida pode ser acometida por algum tipo de transtorno mental devido às perdas de entes queridos, situações extremas de violência, entre outras dificuldades de ordem emocional. Ele lembrou que certos tipos de doenças também podem levar o paciente a desenvolver quadro de ansiedade.
A barreira do preconceito
O perfil conservador dos homens do estado de MS, comentou dr. Rodrigo Oliveira, torna-se uma barreira para que eles procurem por assistência médica com relação à saúde mental. “Isso decorre do preconceito, é cultural. E quando resolvem buscar tratamento, geralmente vão a uma consulta psiquiátrica com a família. “Já chegou de acontecer do homem se apresentar como acompanhante, e na verdade a consulta era para ele”, contou.
Crianças e adolescentes
O índice de transtornos mentais em crianças e adolescentes é alto. Conforme divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBT), a depressão por exemplo está se tornando um problema de saúde pública, pois dados de tentativas ou consumação de suicídios têm aumentado na adolescência e em idade cada vez mais precoce. “Constatamos em Mato Grosso do Sul muitos casos de pacientes fazendo a automutilação, cometendo suicídio. O Caps Infanto-Juvenil, onde são tratadas crianças até os 18 anos, nunca está vazio”, lamentou o médico.
Os pais precisam ficar atentos ao comportamento de seus filhos. Dr. Rodrigo Oliveira orientou que certos sinais apontam que alguma coisa está errada, como isolamento social, tristeza, irritabilidade, entre outras mudanças comportamentais.
É importante também que os pais procurem sempre conversar com os professores e coordenação da escola ou creche que seus filhos frequentam. E caso sejam procurados pelos educadores para tratar sobre o comportamento de seus filhos, dar a devida atenção para as colocações feitas, jamais relativizar.