Aconteceu no último dia 25 de maio, no Espaço Cultural do Consulado Geral do Brasil em New York, nos Estados Unidos (EUA), a exposição de artes do fotografo brasileiro Valdir Cruz.
Valdir Cruz nasceu em Guarapuava, no Paraná, em 1954. Começou a fotografar em 1983. Embora more nos Estados Unidos há mais de trinta anos, grande parte de seu trabalho fotográfico tem como foco as pessoas e paisagem do Brasil.
De 1995 a 2000, ele fotografou Faces of the Rainforest, um projeto que documenta a vida dos povos indígenas na floresta tropical brasileira, pelo qual recebeu uma bolsa Guggenheim em 1996. Desde então, publicou onze livros de fotografia.
Cruz está representada nas coleções permanentes do Museu de Arte de São Paulo (MASP), do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York, da Biblioteca Pública de Nova York, do Museu de Belas Artes de Houston, TX, e do Smithsonian Institution, Washington, DC, entre outros.
Há mais de quatro décadas o fotógrafo Valdir Cruz explora e documentando a paisagem e as pessoas do Brasil. Assim como Gaugin pintura famosa, essas fotografias colocam questões fundamentais:
De onde nós viemos? O que nós somos? Onde estamos indo?
O centro magnético do trabalho de Cruz é o estado do Paraná, no sul do Brasil, onde a vasta rede de afluentes e cachoeiras apaga os limites entre Argentina, Brasil e Paraguai. Principalmente em Iguaçu, com suas cachoeiras gigantescas, tem-se a sensação da própria terra em constante movimento. A água parece vir de todos os cantos da floresta, não apenas dos rios que ali se encontram. A água é uma força.
O compromisso do fotógrafo com a preservação desta paisagem é nascido de sua conexão pessoal com ele. Nasceu em Guarapuava.
O estado do Paraná e seu encontro artístico com a água são existenciais. Dele as cachoeiras têm uma densidade transparente, como uma nuvem. Essas fotos resultam de decisões baseadas em um sentimento de forma, um compromisso com expandir o caráter do filme preto e branco e uma capacidade única de traduzir suas intuições sobre o mundo natural fazendo uma representação que tem sua própria presença forte. As fotografias são imersivas evocando um mundo exuberante, líquido e material.
A água nutre seu outro tema, as árvores e florestas do Brasil. Cruz tem explorado importantes zonas ecológicas, especialmente na Serra da Bodoquena região de Mato Grosso do Sul. De sua própria terra natal para a bacia amazônica, ele viu as linhas de batalha entre humanos e a exploração da natureza e a sua preservação. Mas seu fascínio pelas árvores atinge a profundidade da poesia. Cruz deleita-se com a complexidade da estrutura, o caos das formas e a desordem vegetativa que é o mundo natural. Ele concentra seu olhar mais atento nos troncos e raízes das árvores mais altas árvores. Assim como nas cachoeiras, sua câmera cria uma segunda natureza, com pontos de vista extremos e uma sensação exagerada de crescimento imponente.
O instantâneo e o infinitamente lento, o microssegundo e o ajuntamento de eras que Cruz rende em suas duas séries fotográficas, finalmente se unem em uma visão abrangente do processo natural. Como um artista e ser humano, para Cruz, a forma mais forte de defesa é reconhecer a profunda realidade do mundo natural. Aquele encontro é também o lugar onde começa a auto compreensão.