Coronavírus: obesos são grupo de risco e devem ter atenção redobrada com cuidados

Médico Cid Pitombo alerta que obesidade apresenta alta vulnerabilidade em epidemias. O especialista destaca que, no caso de pacientes que passaram por cirurgia bariátrica recentemente, há uma importante queda na imunidade. Por isso, Pitombo distribuirá máscaras de proteção e suplementos vitamínicos para todos os seus pacientes (SUS e clínica privada)

Foto: Divulgação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de coronavirus e já há mais de 50 casos confirmados no Brasil. Por isso os cuidados devem ser redobrados. Apesar de especialistas classificarem que o vírus tem baixa letalidade na população em geral, ele não deve ter o mesmo comportamento em obesos mórbidos, que são considerados um dos principais grupos de vulnerabilidade, ao lado de pessoas com doenças respiratórias e outras comorbidades. O médico Cid Pitombo, especialista no tratamento da obesidade e coordenador do Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica do Rio de Janeiro, faz um alerta para a necessidade de atenção especial desses pacientes.

Muito se fala do cuidado para idosos e crianças, mas estamos esquecendo dos obesos. Obesidade apresenta, sabidamente, maior risco a epidemias de gripes e isso já foi comprovado nas epidemias do vírus influenza e H1N1“, afirma Pitombo. “É essencial que pacientes obesos tenham consciência de que são um grupo de maior risco para a doença“, destaca. O especialista destaca ainda que, no caso de pacientes que passaram por cirurgia bariátrica recentemente, há uma importante queda na imunidade. Por isso, Cid Pitombo distribuirá máscaras de proteção e suplementos vitamínicos para todos os seus pacientes (SUS e clínica privada).

Evitar a transmissão do novo coronavírus exige cuidados simples no dia a dia, especialmente a forma correta de lavar as mãos e maneiras de espirrar e tossir. A higienização das mãos e de superfícies são fundamentais. “A contaminação se dá por gotículas (que são liberadas através de espirros, tosse e fala), por isso o vírus pode estar em qualquer superfície. Por isso, é recomendável portar álcool 70 para limpar prontamente as mãos antes de encostar em áreas como olho, nariz e boca”, aconselha. “A higienização ideal pode ser feita com água e sabão ou álcool gel“.

Para os obesos em tratamento, importante redobrar os cuidados quando precisarem ir a clínicas e hospitais, onde circulam pacientes com outras doenças.

Não temos estudos ainda sobre a relação direta com o coronavírus, mas como o comportamento é similar em muitos aspectos ao das gripes de outros vírus a relação de risco parece inevitável. Obesidade tem relação direta com imunossupressão, ou seja, menor poder de reagirmos a doenças. Obesos, além disso, tem menor resposta a vacinas de gripe, hepatite e tétano, por exemplo“, afirma.

Perfil do especialista – Há quase 25 anos, ao sair da faculdade, Pitombo foi para os Estados Unidos se especializar em cirurgia laparoscópica. Voltou ao Brasil cinco anos depois para aprender sobre cirurgias da obesidade e, ao final do mestrado e doutorado, rodou grandes centros de cirurgia bariátrica nos EUA. Logo percebeu que os conhecimentos sobre laparoscopia e obesidade eram uma área a ser explorada. Juntou-se aos grandes nomes da cirurgia bariátrica, experimentou diferentes técnicas, operou e deu aulas em diversos países e se tornou referência no Brasil em cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, técnica que utiliza em todas as unidades em que opera. O procedimento é menos invasivo e proporciona recuperação mais rápida do paciente.

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