Contagiando a todos por onde passava, o Cortejo Musical abriu a programação do 17º Festival de Inverno de Bonito. Reunindo figuras que mexem com o imaginário dos moradores da cidade, como o Sinhozinho, o cortejo liderado pelo grupo Vai Quem Vem e pelo o Coletivo Artístico Poropopó Varieté, junto com os garotos skatistas parou o centro da cidade com cerca de 200 pessoas. Eles saíram da Escola Bonifácio Camargo Gomes (BCG) e percorreram a rua central da cidade, a Pilad Reboá até à Praça da Liberdade.
O coreógrafo Duka Gean Antunes que puxou o cortejo vestido de Sinhozinho afirmou estar grato por participar dessa manifestação cultural. “Fiquei lisonjeado”.
Para a diretora da escola BCG, Maria Luiza Rossi, essa releitura que o Festival faz esse ano abordando as lendas e mitos da cidade e ainda valorizando os artistas locais, está fazendo muito bem para a autoestima da comunidade, e promovendo a participação dos alunos que, segundo ela, ficaram muito empolgados. “É uma semana festiva. O Festival é o maior presente que Bonito já recebeu, não tem crise que o faça parar”, disse entusiasmada.
Uma serpente de dezesseis metros, manipulada por mais de dez bailarinos, representou a lenda do Sinhozinho que diz que uma cobra vive no subsolo da cidade, e que um dia sairá e acabará com tudo, caso as pessoas não cuidem bem da natureza. A cobra se movimentava entre os participantes da comitiva. “Achei muito interessante, chama a atenção”, disse curiosa Elen Guadallupe, estudante de 14 anos.
Já o professor Otto Simek disse que “esse movimento é muito bom, tem que ser feito mais vezes”. Luciana Druzian veio de Porto Alegre para passar as férias com as filhas Caroline e Camila e não sabiam da programação do Festival, ficaram encantadas com a tranquilidade do lugar e com esse momento cultural que a cidade vive, “muito legal, não esperava que fosse um evento desse porte, muito animado”.
“Achei muito bonito, é a melhor abertura de todos os festivais”, disse a comerciante Soraia Mendes, que levou a filha Maitê de 3 anos, que a todo momento puxava a mãe para mostrar a cobra, com os olhinhos brilhando de curiosidade.
A Orquestra Vai Quem Vem tem quinze integrantes com instrumentos de metais e percussão que contagiaram quem seguiu o cortejo. E até mesmo os transeuntes que passavam, paravam para dar uma olhada no espetáculo ao ar livre, que também tinha palhaços e pernas de pau, num ambiente alegre e descontraído. Vinil Moraes, da Vai Quem Vem, ficou satisfeito com a receptividade do público. “Para nós uma grande alegria participar do Festival mostrando a música popular brasileira e a Vai Quem Vem agradece a oportunidade de participar de uma festa linda como essa. A expectativa é de mais pessoas no cortejo, e amanhã com certeza isso irá acontecer, destacou Moraes.