COVID-19: consumo de energia elétrica em maio recua 11% na comparação com 2019

Demanda caiu 10% no mercado livre e 12% no ambiente de contratação regulada, influenciada também por temperaturas mais amenas no Sul e no Sudeste/Centro-Oeste

Foto: Divulgação

São Paulo (SP) – O consumo de energia elétrica no país recuou 11% em maio, principalmente devido às medidas de isolamento social para combate à Covid-19, segundo estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. O resultado considera a média do Sistema Interligado Nacional – SIN entre 01 e 29 de maio deste ano, comparada com os mesmos dias de 2019.

O mercado regulado teve redução de 12% no recorte, enquanto o mercado livre apresentou recuo de 10%.

Os feriados adiantados para o período de 23/05 a 29/05 no país tiveram impacto pontual no consumo médio dos locais que aderiram à medida. No SIN, a queda de demanda registrada naquela semana foi de 12,6%. Os dados mostram ainda que, com a manutenção das medidas para controle do novo coronavírus, houve uma estabilização da queda do consumo nas últimas semanas, em torno de 10% a 13%.

Os resultados são preliminares e levam em conta a demanda total do mercado cativo, em que o consumidor compra energia diretamente das distribuidoras, e do livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais. Além disso, o estudo não considera os dados de Roraima, único estado não interligado ao sistema elétrico nacional.

Ramos de atividade

Entre os principais ramos de atividade que consomem energia no Ambiente de Contratação Livre – ACL, a indústria automotiva e o segmento têxtil continuam liderando o ranking de redução da demanda. O consumo de ambos recuou 47%. Já o setor de serviços está na terceira posição, com queda de 38% em comparação com o mesmo mês de 2019. Os valores já expurgam os efeitos de migrações de consumidores que passaram a negociar no mercado livre.

Demanda regional

A CCEE analisou ainda o desempenho do consumo de energia elétrica dos estados em maio. A Bahia passou a liderar o ranking, com uma queda de 20%, seguida pelo Rio de Janeiro, onde a demanda recuou 19%. Completam a lista das cinco maiores reduções percentuais os estados do Rio Grande do Sul (- 17%), Espírito Santo (- 16%) e Mato Grosso do Sul (- 15%).

Três estados tiveram alta no consumo: Pará (6%), Amapá (2%) e Maranhão (2%). O aumento se explica pela elevação da demanda em algumas indústrias nesses estados, como alimentícia e a química.

Geração

Em outro de seus estudos, o mais recente boletim InfoMercadQuinzenal, a CCEE traz informações sobre a geração de energia do País, que tem acompanhado a queda do consumo. De acordo com a publicação, o volume produzido nos dias 01 a 31 de maio recuou 10,9% frente ao mesmo período do ano passado. As hidrelétricas registraram o maior recuo, de 14,1%. As usinas eólicas geraram 2,2% a menos em 2020 e as termelétricas reduziram sua produção em 1,2%. Apenas as fazendas solares aumentaram sua geração, em 35,8%, devido ao crescimento da capacidade instalada da fonte.

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