São Paulo (SP) – Representantes do governo demonstraram interesse em contribuir com o fortalecimento do turismo náutico no Brasil que, apesar de jovem e de alcançar apenas 0,12% do PIB no país, já gera em torno de 120 mil empregos e, apenas na indústria de embarcações, movimenta por volta de R$ 2,5 bilhões ao ano, conforme dados da Associação Náutica Acobar. Como indústria grande geradora de empregos, pela produção artesanal, e que reflete em vários outros setores, as discussões trataram de incentivos à iniciativa privada para o avanço da náutica ligada ao turismo, além de melhorias em infraestrutura.
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O Secretário Nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimento no Turismo, Ministério do Turismo Carlos Henrique Menezes Sobral, destacou o Fungetur, Fundo Geral do Turismo, que ampliou recentemente linhas de financiamento para até R$ 15 milhões para aquisição de bens de capital e de giro, além de mais prazos para amortização. Segundo ele, já foram investidos em torno de R$ 3 bilhões nesse programa em prol ao turismo e náutica. Já o Secretário de Viagens e Turismo do Governo de São Paulo Roberto de Lucena anunciou a breve abertura de um programa de crédito no estado com investimentos em torno de R$ 4 bilhões, dirigido ao turismo náutico, além da redução do ICMS de 18% para 7% para empresas fabricantes e fornecedoras de serviços para embarcações.
Exemplos de projetos, regiões e equipamentos que já se beneficiaram da náutica brasileira, incluindo potenciais em atrativos e casos de sucesso no Paraná, em Santa Catarina e em São Paulo foram mais destaques do congresso.
“O congresso contribui na troca de experiências e alinhamento de ações viáveis que impulsionam um turismo, o náutico, que é extremamente qualificado e com potencial imenso como gerador de renda e empregos no Brasil. Eventos como este, que envolvem apenas prefeitos de todo o Brasil, representantes do turismo e indústria e quem atua diretamente no setor náutico, são fundamentais para que os governos desenvolvam projetos baseados em experiências técnicas e promissores para as suas regiões, com o entendimento claro de que o fortalecimento da cultura náutica é sinônimo de desenvolvimento econômico”, afirma o presidente do Grupo Náutica, Ernani Paciornik.
Turismo náutico e oportunidades
Vinícius Lummertz, ex-ministro do turismo e presidente do conselho do Grupo Wish de hotéis, trouxe ao congresso números que destacam o potencial do turismo náutico no Brasil que ainda é pouco explorado. Segundo ele, o turismo náutico hoje no Brasil atinge o PIB de aproximadamente R$ 12 bilhões e tem o potencial de alcançar PIB acima de R$ 40 bilhões e gerar 150 mil empregos diretos e indiretos.
De acordo com Eduardo Colunna, presidente da Acobar – Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos, o Brasil vem crescendo na indústria náutica em torno de 25% ao ano, desde a pandemia, em 2020. “Estamos em outro patamar. Temos uma indústria sólida, com produtos certificados e de qualidade. A indústria exporta e cresce também, mais de 25% ao ano em exportações. O faturamento da indústria de barcos é em torno de R$ 2,5 milhões, mas se incluir manutenção, infraestrutura náutica, aquisição de produtos e equipamentos e turismo você pode multiplicar por 10”, explicou. “O setor não usa robôs para a produção de embarcações, por isso tem grande potencial de geração de empregos”, complementou Colunna.
Para se ter uma ideia, apenas em aquisição de equipamentos náuticos relacionados ao turismo, em plena época da pandemia, o representante do Ministério do Turismo divulgou um aumento de 20%, passando de uma movimentação de R$ 634 milhões para R$ 761 milhões em 2020 e, segundo ele, no pós pandemia esse potencial ainda é mais evidente.
O São Paulo Boat Show, a maior feira náutica da América Latina, com mais de 150 expositores, incluindo pranchas motorizadas, jets, infláveis, veleiros, lanchas, acessórios, equipamentos, compra compartilhada, palestras (Náutica Talks) e até luxuosas embarcações, acontece até dia 26 de setembro, terça, no São Paulo Expo e deve movimentar em torno de R$ 500 milhões em negócios.
