Produtores de soja e milho são os principais responsáveis pela alta demanda de seguro rural no Brasil e em Mato Grosso do Sul. Até a última semana de outubro deste ano, produtores rurais de MS, de todas as culturas, somaram mais de 7 mil apólices contratadas, um volume recorde, considerando que o último pico de contratação foi em 2013, quando o estado contratou 4988 apólices. Ao todo MS possui segurado em 2020 um valor de R$ 2,8 bilhões, segundo dados apresentados pelo Diretor do Departamento de Gestão de Riscos (Deger), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Pedro Loyola, durante a live do Circuito Aprosoja/MS.
“Antigamente Mato Grosso do Sul não aparecia nem no top 10 de contratação do seguro rural e hoje já é o quinto colocado, muito próximo de Goiás. Caso tenhamos algumas contratações a mais neste final de ano, Mato Grosso do Sul pode chegar a ultrapassar Goiás. Isso é um resultado muito positivo, verificamos que o produtor do Centro-Oeste está voltando a contratar seguro em maior volume”, aponta Loyola.
No Brasil até o momento 10 milhões de hectares foram segurados com o apoio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Esse volume ultrapassa o pico registrado em 2014, quando a maior área segurada havia sido registrada com 9,9 milhões de hectares.
Segundo o Mapa está previsto um orçamento ainda maior para o PSR em 2021. O volume de recursos disponível para essa categoria deve ser recorde, atingindo pela primeira vez R$ 1.065 bilhão, enquanto que este ano de 2020 está disponível R$ 880,9 milhões.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), André Dobashi, seguro deve ser visto como investimento. “Apesar de ser um assunto ainda pouco conhecido pelo produtor rural, trata-se de uma ferramenta necessária, que precisa ser vista como investimento. Existem programas municipais e estaduais que reduzem o prêmio pago pelo produtor e essas iniciativas estimulam o interesse do produtor em fazer o seguro, e além de fundamental importância, evidencia o papel do governo de amparar o produtor, no sentido de oferecer mais de segurança”, confirma Dobashi ao defender a necessidade da Associação de disseminar a cultura do seguro rural.
Dobashi destaca ainda que a apresentação demonstrou a importância de um bom volume de subvenção ao seguro rural para as cadeias de soja e milho. “Considerando os dados, observou-se que 99% do volume de subvenção federal ao Programa de Seguro Rural em Mato Grosso do Sul está vinculado a cultura de soja ou milho, demonstrando que há um interesse do produtor quanto ao produto. As melhorias nos seguros e as novas modalidades como o seguro paramétrico dependerão de um trabalho conjunto tanto das associações quanto das seguradoras e a Aprosoja/MS entende que essa bandeira é importante e somente terá sucesso com essa integração de usuário e fornecedor.”
A área assegurada neste atual governo deve triplicar até 2021, chegando a 15,3 milhões de hectares no Brasil. A sinistralidade segue em alta, registrando de 2018 a 2020 cerca de R$ 5,5 bilhões em indenizações.