Na perseguição ao delegado federal Paulo Renato Herrera que, em 2014, divulgou a campanha eleitoral dos seus colegas pró Aécio Neves e tentava levar ao ministro da Justiça informações sobre ilegalidades cometidas pela Força Tarefa de Curitiba, os delegados da Operação Lava Jato negociaram uma “delação premiada” com a doleira Nelma Kodama. O acordo começou a ser fechado em janeiro de 2015, quando ela completava 10 meses presa, sete deles na Penitenciária de Piraquara. Ali, deveria cumprir a pena de 18 anos, imposta em outubro pelo juiz Sérgio Moro.
Como ela mesmo admitiu ao BLOG, por conta de “um prato de comida e um cobertor” aceite ou teste munhar contra os chamados “Dissidentes da PF”, entre os quais estava seu advogado. Ganhou mais do que “prato de comida” ao voltar para a custódia da PF. Lá, involuntariamente, até despertou a paixão de um policial. Ao cumprir sua parte no acordo e depor para o delegado Mario Renato Fanton, relacionou outros crimes cometidos na Lava Jato – nenhum deles apurado. Mas também cometeu falso testemunho e hoje é processada.
As ilegalidades da perseguição aos “Dissidentes da PF” foram percebidas por Fanton a contribuíram para o massacre que ele vem sofrendo nos últimos cinco anos. Parte delas é relatada na Ação de Indenização Por Danos Morais que seus advogados movem contra a União em Bauru, tal como noticiamos na quarta-feira (05/05), na primeira reportagem da série “Os Crimes da Lava Jato”. Nesta segunda matéria mostramos detalhes a perseguição aos “Dissidentes da PF – todos, depois, inocentados -, damos detalhes do acordo com a doleira, esclarecemos os desentendimentos de Fanton em Curitiba e noticiamos outros possíveis crimes jamais apurados por conta da preocupação de autoridades em preservar a Operação Lava Jato.
Leia e veja documentos em: https://marceloauler.com.br/crimes-da-lava-jato-ii-falsa-delacao-por-um-prato-de-comida/