Começa nesta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro, a 63ª Cúpula do Mercosul, evento marcado pelo pessimismo sobre a possibilidade da conclusão do acordo entre o bloco e a União Europeia (UE) após mais de 20 anos de negociações.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou nesta manhã ao território fluminense depois de retornar de sua viagem à Alemanha, onde prometeu trabalhar até “o último momento” para fechar o pacto com a UE, apesar do recente veto manifestado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e do anúncio do líder argentino, Alberto Fernández, de que não o assinará.
“Não desistirei até falar com todos os presidentes e ouvir um não de todos eles”, declarou o atual mandatário interino do bloco regional sul-americano.
Nesta quarta, a cúpula prevê uma série de reuniões entre os ministros de Economia e das Relações Exteriores da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, enquanto que o encontro de chefes de Estado será amanhã (7), quando ocorrerá a transferência de comando entre Lula e o presidente paraguaio, Santiago Peña, que liderará o bloco regional nos próximos seis meses.
Peña afirmou que, se o acordo não for fechado na cúpula do Rio, durante o seu governo “os esforços para tentar definir um acordo com a UE não continuarão”.
Desta forma, a única notícia que poderá surgir da cúpula deve ser o anúncio da inclusão oficial da Bolívia como membro pleno do bloco. “Espera-se que a Bolívia possa concluir rapidamente o processo de adesão’, afirmou uma nota do governo brasileiro.
Haddad
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad (PT), está em Brasília e não deve participar da cúpula do Conselho do Mercosul, no Rio de Janeiro, junto com seus colegas do bloco sul-americano.
Haddad retornou ontem da Alemanha, onde fez parte da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e hoje permanecia em Brasília, onde acompanha as atividades do Congresso, no qual o governo tenta aprovar diversos projetos que permitam aumentar a arrecadação em 2024.
Na cúpula do Conselho, o governo brasileiro é representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin (PSB).
O encontro do Conselho ficou “esvaziado”, já que o ministro da Economia da Argentina, o ex-presidenciável Sergio Massa, também não viajou ao Rio de Janeiro, segundo informou o jornal “Valor Econômico”.