Em delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o ex-presidente utilizava recursos públicos para financiar as motociatas, eventos com apoiadores promovidos durante o seu mandato.
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Segundo o tenente-coronel, todos os custos dos eventos, como hospedagem, alimentação da equipe de segurança e transporte das motos eram pagos com o cartão corporativo da Presidência da República.
Nos novos vídeos da delação divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Mauro Cid também revelou que Bolsonaro recebeu um jurista no Palácio do Planalto para discutir a minuta do golpe, quando perguntado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre a participação de Bolsonaro nas reuniões em que o texto foi apresentado.
Cid confirmou o encontro entre o ex-presidente e Amauri Saad, jurista ligado ao governo, e Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência, que teria redigido o documento.
Tristeza profunda
No primeiro depoimento prestado por Mauro Cid, em agosto de 2023, o ex-ajudante de ordens descreveu que, após derrota nas eleições presidenciais, Bolsonaro viveu um período de fragilidade emocional.
“O presidente tinha certeza que iria ganhar as eleições. E a partir daí ele entrou em um luto, não vou dizer depressão, mas um luto muito profundo. Tanto que a imunidade dele baixou, ele pegou uma erisipela, que praticamente a perna dele parecia que ia cair, pegou quase no osso. Ele ficou muito mal”, contou.