Déficit de animais para abate pode ser amenizado com uso de touros Senepol

Foto: Divulgação

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O baixo volume de bovinos para reposição e para abate, que elevam a arroba do boi, o valor dos cortes ao consumidor final e a ociosidade frigorífica, podem ter a raça Senepol como aliada na solução. É o que considera o técnico-gerente substituto da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB), Dulcimar Menezes, ao apontar a precocidade sexual dos animais da raça, alta libido dos touros e seu rendimento na estação de monta, que em determinadas condições, podem cobrir o dobro de vacas, comparado a um touro nelore, contribuindo para a multiplicação ágil do rebanho e na produção de carne com maior maciez, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Em uma experiência na cidade de Nova Alvorada do Sul (MS), Menezes colocou um touro Senepol, de cerca de 24 meses, para o acasalamento com 30 vacas, e 27 prenhezes foram confirmadas. “A raça Nelore tem evoluído muito, em todos os quesitos, mas o Senepol se destaca. Um touro Nelore em condições semelhantes e na mesma faixa etária cobriria metade dessas vacas, o que nos apresenta a efetividade da raça caribenha e o impacto que ela pode trazer para o mercado e para a produtor que se dedica a ela”, destaca o técnico da ABCB-Senepol.

Na fazenda Senepol Água Limpa, propriedade em Rondonópolis (MT) que detém um dos maiores rebanhos Puro de Origem da raça, o gerente Rodrigo Matos, com base científica, confirma que além da precocidade sexual e da alta libido, que traz rendimento na estação de monta, o potencial de oferecer carne de qualidade ao mercado é também superior. “Temos a comprovação na prática e nos escritos. Somos apreciadores de proteína vermelha e notamos a diferença de um animal originado pelo cruzamento industrial, entre um touro Senepol e uma vaca nelore, com maciez indiscutível”, enfatiza. “A Embrapa realizou estudos sobre análise de qualidade e comparou a maciez da carne de animais desta monta, com outro originado do cruzamento de um Angus com Nelore, e resultado também privilegia o Senepol”.

Segundo Matos o cruzamento industrial, acasalamento entre duas raças, sendo uma taurina e outa zebuína, é o método mais eficaz para aumentar a produção de carne. “Além do desempenho a pasto, que supera as expectativas nos resultados de prenhez, o cruzamento industrial utilizando touro Senepol acarreta em ganho de tempo, uma vez que o ciclo, que vai do nascimento até o abate, pode ser 6 meses menor e o bônus pago pelos frigoríficos por esse tipo de animal pode atingir até 8% a mais que o animal originado por outros cruzamentos”, pontua. “Muitos chegam a comercializar fêmeas pelo mesmo valor que os machos, devido ao rendimento, acabamento de carcaça e à qualidade da carne que os frigoríficos colocarão no mercado”, finaliza o gerente do Senepol Água Limpa.

Fonte: Rica Comunica

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