Na audiência pública promovida pela Câmara dos Vereadores de Campo Grande sobre “A saúde que queremos para Campo Grande“, na manhã desta quarta-feira (05/04), o presidente do Coren-MS, Dr. Sebastião Duarte, indagou que a capital sul-mato-grossense deixou de ser modelo nos manuais do Ministério da Saúde. “Perdemos este status”, disse infelizmente.
Sebastião aponta que a Atenção Primária mudou, não há mais visitas com equipes de saúde domiciliares. Outro fato é que desde que as unidades de saúde passaram a atender horários estendidos não houve contratação de mais profissionais.
O presidente do Coren-MS cobrou responsabilidade de todos os gestores de saúde, na audiência estiveram presentes o secretário municipal de Saúde, Dr. Sandro Benites, a secretária-adjunta, Dra. Rosana Leite, a presidente da Santa Casa de Campo Grande, Alir Terra, os vereadores, Dr. Victor Rocha e Prof. André Luís, e representantes do Ministério Público Estadual e da Defensoria Pública.
“Campo Grande deixou de ser modelo de saúde do Brasil e servia de parâmetro ao Estado. Quando conversamos com gestores dos municípios do interior antes usávamos como exemplo. Está difícil agora, pois os problemas se tornaram decorrentes“, afirma.
Diagnóstico das unidades de saúde
O Coren-MS possui diagnóstico feito pela equipe de fiscalização de todas as unidades de saúde de Campo Grande, desde a atenção básica à saúde até a rede de urgência e emergência. E que, como foi apresentado durante a audiência, existem unidades deterioradas e insalubres, mas a maior parte possui condições satisfatórias.
Entretanto, mais importante do que realizar reformas em unidades básicas, o presidente do Coren-MS, Dr. Sebastião, frisou a necessidade de suprir a falta de medicamentos e de ter mais profissionais para os atendimentos. “Sem recurso humano não adianta reformar unidade de saúde se não tiver profissionais para estarem lá e trabalharem“, afirmou.
“Falamos muito da superlotação nas UPAs e nos hospitais. Mas o que me preocupa é não ter a Atenção Básica como primeira prioridade na gestão, afinal, é a porta de entrada no sistema de saúde. Se a gente não controlar a hipertensão arterial, diabetes e não oferecer um pré-natal adequado, nós vamos continuar com Upas lotadas, hospitais lotados e sem leito“, informou.
“O secretário, Dr. Sandro, concedeu entrevista e falou em contratar 30 leitos privados para Campo Grande. É uma necessidade mesmo. Estamos tendo casos de crianças, de menos de um ano, sendo entubada pela situação epidemiológica. Nós não podemos esperar as pessoas se agravarem tanto, chegarem a óbito. Para a gente fazer alguma coisa“, cobrou.
As 12 medidas urgentes
Foi entregue ao secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, uma lista de 12 reivindicações e soluções apontadas na Audiência. Constam o problema de recursos humanos insuficientes, apontando a necessidade de concurso público; ampliação de leitos hospitalares, primeiramente ampliando a contratualização e, a longo prazo, com a criação do Hospital Municipal; fortalecimento da atenção básica para evitar complicação dos casos. E uma lista de 64 medicamentos em falta nas unidades de saúde, sendo pontuado como necessidade de compra emergencial.