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As delações de diretores das multinacionais que acusam representantes políticos brasileiros, impactam no varejo, inclusive o mercado farmacêutico, que poderia superar o crescimento de 4 ou 5% previsto para 2017, no Brasil. A afirmação do administrador Artur Ferreira, foi apresentada durante sua palestra “Mercado Farmacêutico”, no 1º Congresso Farmacêutico, que reuniu mais de 100 profissionais da saúde de todo Mato Grosso do Sul.
“As delações impactaram o varejo como um todo, e quando começamos a ter uma retomada de crescimento no mercado, surgem novas delações que tornam o investidor mais cauteloso, inclusive os próprios médicos. As questões políticas já deram impacto e continuará dando impactos negativos”, relata o palestrante.
Segundo Ferreira o que puxará o mercado farmacêutico para o crescimento são os seguintes itens: aumento das doenças, a venda dos produtos não medicamentos e o envelhecimento da população.
Para a organizadora do 1º Congresso Farmacêutico e superintendente da Drogaria São Bento, Flávia Buainain, existem ações que podem alavancar o mercado de medicamentos, mas é preciso estratégia. “Preparo da equipe, com capacitações constantes e a diversificação do mix de produtos oferecidos pelas farmácias, são duas coisas em que nos dedicamos, com a finalidade de que o cliente retorne e contribua com o avanço dos números, destaca Flávia, que dividiu a organização do Congresso com a equipe da Sandoz.
“Quanto mais o cliente se sentir a vontade, mais o cliente vai voltar para este canal de venda e vai comprar naquela farmácia especificamente. Ou seja, a farmácia precisa se dispor de um mix de produtos, mas não pode abrir mão de uma equipe muito bem treinada e humanizada, as pessoas estão atrás desse atendimento”, completa Flávia.
Outra questão levantada por Artur Ferreira é que o Governo Federal retirou parte da verba destinada às farmácias populares, logo, o paciente não tem acesso a todos os produtos, e isso fará com que compre nas farmácias convencionais.
Para o médico Wellington Moreira da Silva, também palestrante do evento, outra ação que promoverá o avanço do mercado farmacêutico é a parceria com a classe médica. “Acredito que o farmacêutico assume um papel cada vez mais preponderante no controle da saúde. A população aumentou muito e o farmacêutico precisa retomar o papel que sempre foi dele, de ajudar no controle das doenças crônicas e resolver uma série de patologias, que são resolvíveis com medicamentos isentos de prescrição. E se a gente puder dialogar, conversar sobre o corpo médico de maneira mais clara, esse seria o caminho conhecido como roda do bem, bom para todos”, relata.
De acordo com o médico, o farmacêutico tem um contato mais prolongado e mais próximo do paciente, que precisa de orientações frequentes. “Com uma parceria entre as duas classes, médica e farmacêutica, um apoiaria o outro no acompanhamento dos pacientes e ainda impactaria, de certa forma, nas filas públicas de atendimento médico”, finaliza o palestrante.
