O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) iniciou nesta segunda-feira (29/06) uma campanha em todo o território brasileiro com o objetivo de conscientizar a população a usarem o cinto de segurança nos bancos de trás dos veículos de passeio, visando evitar mortes em acidentes.
A decisão acontece cerca de uma semana depois do acidente que vitimou o cantor sertanejo Cristiano Araújo e sua namorada na madrugada da última quarta-feira (24/06), na Rodovia BR-153, em Goiás.
Uma pesquisa recente divulgada pela Agência de Transporte do estado de São Paulo (Artesp), revela que 53% dos passageiros que trafegam pelas rodovias brasileiras no banco de trás não usam o cinto de segurança.
Dispensar o item de segurança, segundo analistas, é considerada uma infração grave, sujeita a multa de R$ 127,69 e a cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Muitos Estados, no entanto, reclamam que um dos problemas é a falta de pessoal para fiscalizar o tráfego de veículos, tanto nas áreas urbanas da cidade, quando nas rodovias estaduais e federais.
Após o acidente com o cantor sertanejo, o número de infrações aumentou significativamente em todo o território nacional, e o de autuações também aumentou na mesma proporção.
Na cidade de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul, o número de autuações após o acidente praticamente dobrou. Foram 5,5 mil multas pela falta de uso do dispositivo, enquanto que nas rodovias estaduais este número foi de 13,1 mil autuações.
O uso do cinto de segurança no banco de trás dos veículos ainda enfrenta muita resistência em Campo Grande e nas rodovias estaduais, mas as autoridades de trânsito da capital e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prometem intensificar a fiscalização.
Segundo o garçom Haroldo Ribeiro, de 35 anos, toda a família não tem o costume de usar o cinto no banco de trás do carro. Ele reconhece que é necessário, mas que as vezes se esquece de pedir aos filhos para colocá-lo.
“Não tenho o costume. Agora depois do acidente envolvendo o cantor [Cristiano Araújo] acredito que haverá uma intensificação na fiscalização, e as multas com certeza virão”, afirmou Haroldo Ribeiro.
Já a comerciante Vera Martins, de 26 anos, disse que ela e o namorado não possuem o costume de usar o cinto de segurança nem nos bancos da frente, e que por isso já levaram algumas multas.
“O brasileiro não tem o costume, e só começa a usar o cinto quando ocorre um acidente com alguém famoso, mas depois de 2 a 3 meses o pessoal esquece e deixar de usar o dispositivo novamente. Esse é o povo brasileiro”, disse Vera Martins.