A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado faz uma fusão de investigações da Polícia Federal (PF) que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e todo seu entorno.

Foto: Divulgação
Na terça-feira (18), a PGR denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposta trama golpista. A denúncia trouxe nomes de autoridades alvos de outros inquéritos sob relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, como o da Abin paralela e de possível interferência da Polícia Rodoviária Federal na votação do 2º turno.
O documento apresentou figuras investigadas pela Abin paralela, como Alexandre Ramagem, ex-diretor da agência de inteligência, além de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, e outros dois ex-diretores do Ministério da Justiça teriam atuado no plano de golpe ao fazer um planejamento para barrar eleitores de Lula (PT) especialmente no Nordeste.
Uma outra de linha de investigação é relacionada às investigações que se iniciaram em 2021, ainda durante o governo Bolsonaro.
À época, o então presidente Bolsonaro foi acusado de interferir na PF. O caso das milícias digitais foi instaurado para apurar suposta existência de um grupo criminoso voltado a proferir ataques ao STF e aos seus ministros. Dias Toffoli, então presidente da Corte, escolheu Alexandre de Moraes para ser o relator.
Bolsonaro também é investigado por envolvimento na fraude de cartões de vacinação – caso em que teria tido a ajuda do ajudante de ordens Mauro Cid, que se tornou delator – e por tentar vender joias que foram presentes da Arábia Saudita ao Estado brasileiro.
Na PF, o caso foi instaurado pela delegada Denisse Ribeiro, que enfrentou pressão política ao conduzir o inquérito contra bolsonaristas em meio ao próprio governo. Denisse deixou o caso tempos depois e foi atuar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O delegado Fábio Shor foi escolhido sucessor do inquérito, após o início do governo Lula (PT).