São Paulo (SP) – Hoje, 9 de dezembro, é celebrado o Dia do Fonoaudiólogo, mesma data em que a profissão foi regulamentada no Brasil pela Lei nº 6.965 em 1981. Segundo dados do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFF), atualmente são 44.347 fonoaudiólogos em atividade em todo o território nacional. A região Norte, nomeada como 9ª Região, é a que tem menos fonoaudiólogos, com apenas com 2.346 profissionais atuantes nos seis Estados que a compõem. Já a 2ª Região, composta pelo Estado de São Paulo, é a que detém maior número de profissionais com 12.738.
Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, que atualmente é estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 207,8 milhões de habitantes, deverão aumentar proporcionalmente problemas de saúde que surgem com o avanço de idade, como diabete, AVC, perda de audição, problemas para se alimentar e falar. Segundo o órgão, houve um aumento de 26% na população com 65 anos de idade ou mais entre 2012 e 2018, o que totaliza 21,872 milhões de pessoas.
“O envelhecimento da população no Brasil está criando uma demanda maior por profissionais qualificados em Fonoaudiologia para lidar com esse público. É uma realidade que não mudará tão cedo e que deve oferecer diferentes oportunidades de atuação para os fonoaudiólogos”, comenta a fonoaudióloga e gerente de produto do Grupo Microsom, Maria do Carmo Branco.
Áreas de atuação
Mas o que faz o Fonoaudiólogo? A Fonoaudiologia ou Terapia da fala e Audiologia, é a ciência que estuda as funções biológicas e comportamentais envolvidas na comunicação humana. Elas incluem funções neurovegetativas (mastigação, deglutição e aspectos funcionais da respiração) e neurológicas relacionadas ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, relacionadas às funções auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções estomatognáticas, orofaciais e na deglutição, essa última ligada à alimentação.
Uma das funções que primeiro vem à nossa lembrança é a da atuação do profissional de Fonoaudiologia junto a profissionais que trabalham muito com a voz, falam em público e precisam melhor a oratória e a articulação das palavras como locutores, oradores, radialistas, cantores, comediantes, apresentadores, entre outros. Mas ele também trabalha com pacientes que apresentam problemas de deglutição e limitações para se alimentar, como no caso de pacientes com má formação congênita, pós-operatório e vítimas de acidentes.
Crianças com dificuldade de desenvolver a comunicação oral melhoram muito quando acompanhadas por um Fonoaudiólogo. “Nos primeiros meses de vida, já é possível detectar se a criança apresentará alguma dificuldade na fala ou atraso no aprendizado da linguagem. Cada caso precisa ser avaliado com muito critério. Por isso, é importante o acompanhamento de um fonoaudiólogo durante esse período. A evolução na fala da criança assistida é notada em pouco tempo”, explica Maria do Carmo.
Com o envelhecimento da população brasileira, uma especialidade que se destaca é a Gerontologia. Essa vertente da Fonoaudiologia busca promover uma melhor qualidade de vida do idoso por meio da prevenção, avaliação e diagnóstico, reabilitação de distúrbios relacionados à fala, audição e equilíbrio, deglutição e motricidade orofacial.
O Fonoaudiólogo Audiologista, é o especialista dedicado ao estudo do sentido audição, desde a recepção das ondas sonoras pelo ouvido até o completo processamento das informações auditivas pelo córtex do sistema nervoso central. Ele estuda toda a anatomia, a fisiologia, a neurofisiologia e os problemas de saúde ligadas ao aparelho auditivo. Dessa forma, está apto a indicar, adaptar e acompanhar a utilização de aparelho auditivo pelo paciente. O Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFF) já sinalizou que as perdas auditivas causadas por ruído estão aumentando entre a população, tanto por ruído industrial, quanto por equipamentos de som. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de jovens em todo o mundo correm risco de desenvolver problemas auditivos devido à exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto, principalmente pelo uso de fones de ouvido. Estima-se que o risco atinge 50% da população entre 12 e 35 anos de idade. Segundo a OMS, cerca de 466 milhões de pessoas no mundo já têm a audição prejudicada e esse número deve aumentar para 900 milhões até 2050.
Existe ainda o Fonoaudiólogo Forense. Esse profissional auxilia investigações criminais e processos judiciais por meio de exames biométricos para identificação da voz, fala, linguagem, marcha, face, escrita, postura e tudo relacionado às realizações humanas.
Fonte: New Divide Comunicação