A cultura de limão tahiti é considerada uma das mais rentáveis em todo país, em função da precocidade da colheita, adaptação às altas temperaturas e demanda apresentada pelo mercado industrial e de consumo. Segundo informações da Ceasa – Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul, entre janeiro e julho deste ano, a média de preço da embalagem com 25 kg da fruta chegou a R$ 39,75 e no varejo, R$ 3,60 o quilo. Porém, no período de entressafra do produto, ou seja, quando a oferta diminui o valor chega a triplicar, alcançando R$ 120 por caixa.
No município de Figueirão (MS), o produtor Élcio Alves Dias resolveu investir na produção, por acumular considerável experiência no manejo de pomar e iniciou há sete meses a atividade com dois mil pés de limão tahiti plantados. “Durante muito tempo trabalhei com esta cultura no estado de São Paulo, porém, nos últimos anos lá ficou inviável por causa da falta de água. Aqui em Figueirão implantei a irrigação e as plantas estão com o dobro do desenvolvimento e acredito que devo começar a primeira colheita com 1 ano e meio”, explica.
O produtor faz parte do grupo atendido pelo programa Hortifruti Legal, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no município desde o ano passado. O técnico responsável é José Loreto que atende 20 famílias na região e reuniu, com apoio do Sindicato Rural de Figueirão, convidados para conhecer mais detalhes sobre a produção de limão. “Um dos objetivos do nosso trabalho é oferecer alternativas de renda para os produtores e, por isso, realizamos o encontro para apresentar experiências exitosas como esta aqui na chácara Santa Adélia”, observa.
Aprendizado que transforma – Um dos convidados foi o produtor Gervásio Graeff que é pecuarista em Figueirão. Há menos de um ano, Graeff aderiu a metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial, com foco na produção de hortifrutigranjeiros. “Eu demorei um pouco a decidir no que iria investir, porém, estou satisfeito com os resultados obtidos até agora. Tenho produção de Pitaia, Melancia e agora vou começar com limão, sendo 200 mudas de Tahiti e 50 do tipo Siciliano”, detalha.
Loreto revela que o trabalho realizado no município registra desenvolvimento expressivo no setor de hortifrutigranjeiro, com destaque para fruticultura. “Temos aqui um espaço experimental de mandioca muito bem sucedido e procuramos avaliar o potencial produtivo de outras culturas como o limão. Atualmente temos 10 hectares de produção, mas, nossa meta é chegar a 50 hectares até o final do período de atendimento com a turma”, acrescenta o técnico do Hortifruti Legal.
Aline Ribeiro Faustino, estudante de medicina veterinária em Campo Grande, com apoio do pai começou um pomar. Ela destaca que gosta muito de trabalhar no campo e assim que terminar a faculdade volta para o município para ajudar a família. “Gosto tanto de pecuária quanto de agricultura, pois cresci acompanhando a lida do meu avô e pai. Decidi trabalhar com esta cultura em razão da rentabilidade e rusticidade. Nós plantamos um hectare de limão tahiti utilizando irrigação e estamos satisfeitos com o desenvolvimento das plantas”, explica.
Sobre o dia de campo, a jovem reforça que o aprendizado trouxe mais segurança para manejar profissionalmente a fruta. “Minha família sempre morou aqui na região e meu avô foi um dos primeiros a plantar café, acerola e mamão. Quando eu decidi começar o pomar fiquei preocupada em aprender o máximo possível e as orientações foram importantes, pois nos esclareceram desde o preparo da terra até o combate de doenças e pragas. Agora estou com a responsabilidade de cuidar da plantação e quando voltar para Figueirão quero diversificar o plantio”, complementa.
Na avaliação do presidente do sindicato rural, Gilmar Siqueira, eventos como dia de campo são fundamentais para aprimorar a tecnificação da atividade rural. “A iniciativa é muito boa e atende produtores independente da atividade. Nosso papel, enquanto sindicato, é fomentar a diversificação do conhecimento, pois, entendemos que é a melhor maneira de contribuir para distribuição de renda na população rural”, observa.
Serviço – Os produtores rurais interessados em aprender as técnicas de plantio do limão podem ainda procurar o sindicato rural de sua região e solicitar o curso de Plantio e Manejo de Pomar voltado a frutas cítricas. O telefone de contato do sindicato rural de Figueirão é (67)3274-1445 e as opções de cursos podem ser conferidas no portal: www.senarms.org.br