Monitorar de forma permanente a qualidade das águas da bacia do Rio Paraguai. É esse o objetivo do projeto “Águas do Pantanal”, realizado pela SOS Pantanal, com patrocínio da Fundação Toyota do Brasil e apoio técnico da SOS Mata Atlântica. Além da realização deste monitoramento, o projeto prevê também a criação de uma rede de ciência cidadã local.
O “Águas do Pantanal” será lançado oficialmente no dia 22 de março, Dia Mundial da Água, uma importante data para promover a conscientização do uso e a preservação deste recurso tão importante para a nossa sobrevivência. Nos últimos 25 anos, o Pantanal perdeu cerca de 29% da superfície de água. Além disso, o bioma está passando por um processo de assoreamento em importantes sub-bacias da Bacia do Alto Paraguai (BAP), o que causa insegurança hídrica e alimentar nas comunidades e impacta a economia local. E a falta de dados sobre a atual situação da BAP aumenta ainda mais os riscos à região.
De acordo com o biólogo e diretor de comunicação e engajamento do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, esta é “uma grande lacuna” que o projeto pretende minimizar.
“O objetivo do ‘Águas do Pantanal’ é monitorar suas águas, formar uma rede de ciência cidadã para a realização da divulgação dos resultados e engajar a sociedade em torno das ferramentas de participação e planejamento, como os comitês de bacia. Quanto mais dados tivermos, mais assertivas serão as ações para preservar o Pantanal”, disse.
O projeto “Águas do Pantanal” está conectado à ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) 14 Vida na Água.
Rede de Ciência Cidadã
Entre os objetivos do projeto está a criação de uma Rede de Ciência Cidadã, por meio da formação de comunitários, operadores de turismo, indígenas, ribeirinhos, professores e pecuaristas neste monitoramento contínuo. As coletas se darão mensalmente por meio do uso de kits de simples manuseio, material que será doado às comunidades pelo projeto.
Para a realização dessa primeira etapa do monitoramento, com previsão de término no mês de maio, serão percorridos mais de 1.200km, formando moradores de três comunidades locais. De junho a dezembro, o projeto acompanhará os moradores formados nestas primeiras medições, a fim de dar suporte técnico. A partir de 2024, o objetivo é que os próprios moradores se comprometam e realizem medições mensalmente.
“Com o empoderamento da sociedade local em torno das ferramentas de participação e planejamento e formação técnica, a comunidade terá mais mecanismos e dados científicos para cobrar por melhorias na qualidade de vida e na defesa do meio ambiente”, finalizou Figuerôa.