O Dia Mundial sem Carro, celebrado no próximo dia 22 de setembro, suscita a discussão sobre o papel dos veículos automotores quanto à poluição atmosférica. O Brasil, sendo um país em desenvolvimento, apresenta um crescimento expressivo na frota veicular, sobretudo nas regiões metropolitanas. Em geral, as emissões causadas por veículos carregam diversas substâncias tóxicas, entre elas monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), óxidos de enxofre (SOx), e material particulado (MP). Esses gases, em contato com o sistema respiratório, podem produzir vários efeitos negativos sobre a saúde.
De acordo com estudo do Observatório do Clima, a estimativa para o ano de 2020 é de que haja uma queda de 6% na emissão de Gases do Efeito Estuda (GEE) no planeta, estimulada pelas medidas de isolamento social implementadas por conta da pandemia, impactando setores como a indústria, transportes, a mobilidade urbana, o consumo de energia e a geração de resíduos. “Apesar da estimativa global, o Brasil segue na contramão e apresenta tendência de aumento das emissões de GEE podendo atingir entre 10 a 20%, de acordo com o Observatório, não apenas pelo excesso de poluentes oriundos de carros, mas, também, pelos altos índices de queimadas e mudanças do uso e ocupação do solo sem manejo adequado.
Podemos citar informações divulgadas pelo Observatório do Clima, por exemplo, que mostram que o Brasil é o 6º sexto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta e que o uso da terra responde por mais de dois terços das emissões”, destaca o coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Uniderp, Hugo Koji, doutor em Tecnologias Ambientais.
“O documento, que aborda o impacto da pandemia de Covid-19 nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil, também mostra que o Brasil deve ter, neste ano, uma trajetória crescente de emissões de GEE, seguindo assim no sentido oposto das metas da Política Nacional sobre Mudança do Clima”, complementa.
Apesar de o nível de emissões ter apresentado uma queda consistente nos últimos quatro anos, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), à medida em que a mobilidade aumenta, as emissões de dióxido de carbono provenientes de transportes também aumentam. O docente afirma que “os efeitos negativos das emissões veiculares têm-se constituído numa das mais graves ameaças à qualidade de vida da população. Ainda que os fatores de emissão dos veículos novos estejam decrescendo, o aumento da quantidade de veículos e os congestionamentos em grandes cidades comprometem os avanços tecnológicos”.
Hugo ainda pontua que, além dos efeitos nocivos do carbono, também há materiais particulados suspensos no ar acarretando complicações pulmonares, e poluentes em veículos sem as devidas manutenções.
Por isso ações que visam à conscientização sobre o meio ambiente são relevantes. Neste dia Mundial sem Carro, aproveite para repensar a forma como você se desloca e encontrar alternativas para substituição do uso do veículo no cotidiano. O coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Uniderp ressalta algumas dicas:
- Experimente a carona solidária;
- Utilize o transporte público;
- Vá de bike;
- Se a distância for pequena, faça caminhada.