Diogo Malagon e Stefânye Lindolfo são os campeões da elite pro no Warm Up Ilhabela da Brasil Ride

Pódio da elite pro masculino (Wladmir Togumi / Brasil Ride)

Ilhabela (SP) – Praticantes do mountain bike, representantes de 13 estados brasileiros, foram presenteados neste fim de semana com dois dias de sol e tempo firme em Ilhabela (SP), onde foi realizado, neste domingo (5), a segunda edição do Warm Up Ilhabela de MTB. Nas duas principais categorias da pro, as elites masculina e feminina, os campeões foram Diogo Malagon (Specialized Racing BR) e Stefânye Lindolfo (Hoffmann XCO/Taubaté), após um pedal de 50 km com cerca de 2.000 metros de altimetria acumulada. Na sport, que teve metade da distância e do desnível altimétrico, os vencedores nas elites foram Emerson Resende e Silvia Guimarães (Núcleo Aventura).

A disputa da elite masculina na pro teve o vice-campeão Sanderson Celso (Instituto Brasil Ride) como um dos principais protagonistas. Mesmo com um problema mecânico no km 16, quando o pedal direito de sua bicicleta quebrou, o ciclista de 20 anos dominou a maior parte da prova, sendo ultrapassado pelo campeão, Diogo Malagon, apenas nos quilômetros finais. “Bom demais ser campeão de uma disputa com o selo Brasil Ride. Sou competidor de triathlon off-road e achei que seria uma ótima ideia competir aqui, para me preparar para os desafios nos próximos meses. Confesso, porém, que vencer um evento da Brasil Ride, às vezes pode ser melhor do que ser campeão na minha modalidade principal”, comemorou Malagon, atleta de Cosmópolis (SP).

Pódio da elite pro feminino (Wladmir Togumi / Brasil Ride)

“O Sanderson acelerou no começo e fui junto com ele. Abrimos dos demais rivais, mas na ‘Descida do Camarão’, acabei caindo e nisso meus óculos, garrafa, géis de hidratação, tudo ficou perdido. Tive outra queda logo em seguida e, aí, virou uma prova de cabeça, porque eu estava sem meus géis e foquei em me hidratar ao máximo, além de manter um ritmo bom para evitar que os rivais me ultrapassassem. No final, consegui passar o Sanderson, que teve alguns problemas. Além disso, outros dois ciclistas chegaram em mim, mas se desgastaram muito para isso. Abri deles em seguida e fui campeão. Subir 2.000 m em um total de 50 km é incrível. Acho que não existe nada igual no Brasil. Trilhas difíceis nas subidas e descidas técnicas, que não dá nem para descansar”, completou o campeão.

Enquanto Diogo Malagon foi o mais rápido da pro, completando o percurso em 2h45min01, Sanderson Celso concluiu como o quarto mais veloz do dia, em 2h49min41. Entre eles estiveram dois atletas, de categorias diferentes: Nicolas Moura (Taiada Bikeshop) foi o segundo no geral, além de ser campeão da sub-30, com o tempo de 2h45min59, e Ítalo Noesse (Full Gas), em 2h48min26, vencedor na máster A1.

Diogo Malagon (Ney Evangelista / Brasil Ride)

Pro feminina – A disputa entre as mulheres na pro teve Stefânye Lindolfo como campeã da elite feminina, após completar a prova em 4h11min27. O top 3 contou ainda com Suelen Couto (Bike Experience) e Camila Romero (X-Bike), concluindo em 4h25min36 e 5h12min23, respectivamente. “Foi minha estreia na Brasil Ride. Vim pra Ilhabela sem reconhecer o percurso, mas sabia que seria uma prova longa e técnica, fatores que me deixaram interessada em competir o evento. Sou especialista em cross country olímpico, não em maratona, então, foi um grande desafio. Não sei nem explicar o que sinto pela vitória. Confesso que vai demorar para cair a ficha. Estou super feliz”, destacou Stefânye, de Taubaté (SP).

Uma situação inusitada, daquelas que ensinam o atleta a confiar mais no teu potencial, foi a que aconteceu com a campeã da sub-30 na pro. Camile Ukstin (Pirituba Bike) foi a mulher mais rápida do dia, cruzando a linha de chegada em 4h07min51. Dias antes da prova, Camile, que pretendia competir na sport, optou por disputar a pro. Porém, por ser ainda novata no esporte, escolheu a categoria por idades e não se arriscou a competir na elite.

Sanderson Celso (Ney Evangelista / Brasil Ride)

“Não confiei em mim suficientemente para me inscrever na elite e optei por ir na categoria de idades. Apesar de eu pedalar há apenas dois anos e treinando sério há um, achei que a sport seria um desafio curto demais, então, arrisquei de me inscrever na pro. Meu pensamento era: sair de São Paulo até Ilhabela para pedalar só 25 km é pouco. Me cansei muito, fiquei exausta, mas estou feliz demais. A Brasil Ride me mostrou que os treinos fazem efeito e que eu sou capaz, consigo competir em um nível legal. Me dá mais autoconfiança”, disse Camile, paulistana de 26 anos.

Atravessando o País pela Brasil Ride – Rondônia esteve entre os 13 estados representados no Warm Up Ilhabela. Isso graças aos irmãos gêmeos Marcos e Lucas Drefahl, de 21 anos, naturais de Ji-Paraná, cidade localizada a pouco mais de 200 km da capital, Porto Velho. Para chegar à Ilhabela, três escalas passando por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São José dos Campos, em quase 30h de viagem. “Fizemos um projeto junto ao Banco da Amazônia para que pudéssemos viajar para cá. Como não foi aprovado 100% do valor, contamos ainda com apoio de outros parceiros para realizar esse sonho de sentir o gostinho de competir a Brasil Ride”, contou Marcos.

Italo Noesse (Ney Evangelista / Brasil Ride

“Começamos a pedalar juntos em 2011. Quando decidimos viajar para o Warm Up Ilhabela nos veio à cabeça a ideia de formar uma equipe e competir em dupla. Irmãos gêmeos já nascem juntos, então, decidimos não nos separar durante a prova e curtir cada instante desse momento lado a lado”, explicou Lucas. “O sonho agora é competir um dia na ultramaratona na Bahia, quem sabe no ano que vem”, concluiu. Além de competir no evento, a dupla aproveitou para estender o passeio e ficar mais alguns dias no arquipélago turístico do litoral norte de São Paulo.

Etapa em 2020 confirmada – O sucesso da segunda edição da Brasil Ride em Ilhabela fez a organização confirmar sua realização em 2020. A intenção é de que a prova tenha ainda mais atrações. “Estou muito feliz com o evento, porque pude sentir a alegria das famílias de estarem reunidas em Ilhabela nos dois dias. Muitas crianças divertindo-se com seus pais, ações importantes como as que foram realizadas em parceria com o Seu Lixo Meu, totalizando 100 kg de lixo coletado. Mais do que uma prova, a Brasil Ride deixa outra vez seu legado. Em 2020, teremos novidades como passeio ciclístico, corrida kids e show musical. Será uma programação ainda mais completa”, enaltece Mario Roma, fundador da Brasil Ride.

Stefânye Lindolfo (Ney Evangelista / Brasil Ride)

Secretário de Esportes de Ilhabela, Beto de Mazinho compareceu ao Warm Up Ilhabela e não escondeu a satisfação de receber o circuito pelo segundo ano seguido. “Eventos como a Brasil Ride transformam a cidade por meio do esporte. Muita gente está correndo e pedalando aqui, procurando fazer esporte para melhorar a qualidade de vida. O prefeito Márcio Tenório tem incentivado competições no município e aprovou uma lei de cotas de patrocínio, com apoio da Câmara Municipal, atraindo grandes empresas para organizar provas. O segundo Warm Up Ilhabela teve mais do que o dobro de participantes e espero que a cada ano cresça mais, porque todos saem ganhando”, comentou Beto.

Demais resultados – Todos os resultados do Warm Up Ilhabela da Brasil Ride estão disponíveis no site do evento: http://www.brasilride.com.br/results?prova=Warmupilhabela2.