Deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) – Foto: Agência Brasil
O deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) chorou na manhã desta quinta-feira (07/07) ao anunciar a decisão de renunciar à presidência da Câmara dos Deputados, cargo do qual estava afastado desde maio deste ano por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele não renunciou ao mandato, mas continua suspenso, sem poder exercê-lo de fato.
Com a voz embargada e com lágrimas nos olhos, ele leu uma carta no Salão Nobre da Câmara dos Deputados em Brasília (DF), na companhia dos deputados Carlos Marun (PMDB/MS) e João Carlos Bacelar (PR/BA).
“Resolvi ceder aos apelos generalizados dos meus apoiadores. É público e notório que a Casa [Câmara] está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra que não condiz com o que país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente“, disse Eduardo Cunha.
O Deputado Eduardo Cunha já havia negado por diversas vezes a renúncia, afirmando que jamais o faria, mas diante da possibilidade de ter o mandato cassado, preferiu renunciar à presidência da Câmara e tentar salvar pelo menos o cargo de parlamentar.
Durante o breve discurso de renúncia, Eduardo Cunha se emocionou ao falar das acusações que pesam contra ele, sua mulher e filha, que também são investigadas pelo uso de contas não declaradas na Suíça. Todos são investigados por terem supostamente recebido propina do esquema de corrupção na Petrobras.
Eduardo Cunha voltou a declarar que ele, sua esposa e sua filha estão sendo vítimas de atos desumanos e cruéis de adversários políticos, mas que a Justiça prevalecerá e todos serão inocentados.
A esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, se tornou ré em um processo criminal sobre as contas suíças. Como ela não possui foro privilegiado, as investigações estão a cargo do Juiz Federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), responsável pela Operação Lava Jato.
Eduardo Cunha declarou ainda que as acusações contra ele são uma represália dos adversários políticos por ele ter aberto o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
“Quero reiterar que comprovarei minha inocência nesses inquéritos. Reafirmo que não recebi qualquer vantagem indevida de quem quer que seja“, disse o deputado Eduardo Cunha.
A leitura da carta de renúncia de Eduardo Cunha durou cerca de 10 minutos, tendo o deputado encerrado a leitura afirmando “que Deus abençoes essa nação”.
Mesmo com a renúncia, o processo de cassação do mandato continua e ele poderá perder o cargo de deputado. A Câmara dos Deputados terá cinco sessões para eleger um novo presidente.
Atualmente o presidente interino da Câmara dos Deputados é Waldir Maranhão (PP/MA), que vem sendo duramente criticado por outros parlamentares por tomar decisões erradas e, posteriormente, recuar tornando-as nulas.
Com informações das Agências Estado e Brasil
