Nathan Kawani, Kauê Germano e Diego Aguiar comemoram títulos paulistas em São Sebastião

Surfista Nathan Kawani no Hang Loose Surf Attack – Foto: Munir El Hage

Emoção, finais acirradas, títulos decididos por diferenças mínimas e muitas contas feitas para saber os novos campeões. O Hang Loose Surf Attack, circuito paulista das categorias de base, foi encerrado em alto nível, à altura da qualidade técnica dos atletas que competiram, neste domingo (18), na Praia da Baleia, em São Sebastião. Nem mesmo o frio e as ondas pequenas tiraram o brilho do evento, que é realizado desde 1988, sendo os últimos 21 anos com patrocínio da Hang Loose.

Nas cinco categorias em ação, decisões muito disputadas, definindo os novos campeões estaduais de 2015 – Nathan Kawani, representando Guarujá, na júnior (até 18 anos); Eduardo Motta, outro talento guarujaense, na mirim (limite de 16 anos); Kauê Germano, de São Sebastião, na iniciante (no máximo 14 anos); Diego Aguiar, de Ubatuba, na estreante (sub12); e Ryan Kainalo, de São Paulo, na petit (10 anos para baixo). Já na disputa por cidades, Guarujá voltou a ser a número 1 do Estado.

Surfista Eduardo Motta no Hang Loose Surf Attack – Foto: Munir El Hage

Dos cinco títulos, apenas Eduardo Motta e Ryan Kainalo disputaram as finais já como campeões paulistas. Nas outras três, não faltou emoção. A primeira decisão foi a da petit. Ryan já tinha garantido para a capital o caneco, mas queria uma nova vitória, porém Roberto Alves, de Itanhaém, “carimbou a faixa” vencendo na Baleia, para assegurar o vice do ranking na temporada, com a melhor nota da bateria: 7,5. “Estou muito feliz de ser campeão paulista. Quero agradecer a todos que apoiaram”, vibrou Ryan.

Na sequência foi a vez da iniciante. O então líder, Mateus Lima, de Itanhaém, foi derrotado na semi, mas ainda tinha chances. Na água, Kauê Germano precisava vencer e não deu chances. Pegou apenas as duas ondas necessárias para a pontuação final e soube escolher muito bem. Primeiro uma onda excelente, nota 8, e para liquidar, um 7,5, levando a etapa e o ranking. Heitor Duarte, também de São Sebastião, teve um 7,25, mas não chegou a ameaçar, enquanto que Eduardo Motta (único em duas finais), não achou as ondas, ficando em quarto, atrás do carioca Daniel Templar.

Surfista Kauê Germano no Hang Loose Surf Attack – Foto: Munir El Hage

Com o resultado, ele passou os rivais por muito pouco, com a diferença do campeão para o terceiro sendo de apenas 36 pontos. “Nem estava pensando no título do ranking. Queria ganhar a etapa. Graças a Deus foi tudo certo”, confessou Kauê, de 13 anos.

“Minha mãe e um amigo fizeram as contas para saber o que precisava. Entrei tranquilo, fui para o fundo e esperei. Fiquei uns três minutos sem pegar onda. Quando tirei o 8,5, voltei para o fundo feliz, pensando: será que vou ser campeão? Agora é comemorar com a família e ano que vem volto para tentar ser tri”, acrescentou o bicampeão estadual.

Na final mirim, Eduardo Motta continuou no mar e, desta vez, fez muito bem o seu papel de campeão. Mesmo em sua segunda final seguida, abriu a bateria com uma nota 9. Gabriel Ramos, de Ubatuba, foi melhor ainda, com um 9,5. No final, precisava de 5,5 para virar o placar e nos instantes finais, animou a disputa, com uma onda, mas tirou quatro.

Surfista Eduardo Motta no Hang Loose Surf Attack – Foto: Munir El Hage

Mesmo assim, Mottinha ainda ampliou a vantagem, garantindo um 7,5. “Estou muito feliz. É uma categoria acima da minha. Também tentei na minha, dei meu máximo na iniciante, mas não deu”, afirmou. “O Gabriel surfou muito bem e está de parabéns”, complementou.

Na estreante, Diego Aguiar e Gustavo Giovanardi, de Praia Grande, entraram no mar para mais um duelo acirrado. Diego saiu na frente, Gustavo assumiu e depois o novo campeão recuperou a ponta, competindo na praia onde aprendeu a surfar (quando seu pai, Marcelo Aguiar, comandava uma escola de iniciação).

Com o resultado, Didi, como é mais conhecido, garantiu mais um título – foi campeão petit em 2013. “O mar estava difícil, mas consegui essa importante vitória, para realizar mais um sonho. E foi muito legal comemorar aqui na Praia da Baleia onde aprendi a andar, a surfar. É meio que meu quintal de casa também”, festejou.

Surfista Nathan Kawani no Hang Loose Surf Attack – Foto: Munir El Hage

Na última final do dia, mais emoção nas ondas. Nathan Kawani e Renan Pulga, de São Sebastião, disputaram a final pela terceira vez cada um. Na etapa, quem comandou a festa foi Vitor Mendes, garantindo a sua segunda vitória na temporada. Em segundo, a surpresa Ayrton Dylan, de Praia Grande. Já Renan ficou em terceiro e Nathan em quarto.

No ranking, a diferença entre os dois foi de apenas 19 pontos. “Graças a Deus eu prestei bem atenção nas aulas de matemática e quando saí da água e escutei o resultado sabia que era campeão. Mas dentro d’água, não conseguíamos escutar que colocação estávamos, fiquei nervoso querendo saber as notas. Esse foi um ano abençoado. Comecei mal, reagi e terminei campeão”, vibrou Nathan, de 18 anos.

“Agora, pretendo me profissionalizar, competir no Brasileiro e no WQS e tocar a minha vida como surfista”, destacou o novo campeão, que entra para uma galeria que conta com nomes como Gabriel Medina, Adriano de Souza e Filipe Toledo. “Só tenho de agradecer a Deus, à minha família e amigos”, falou.

Surfista Roberto Alves no Hang Loose Surf Attack – Foto: Munir El Hage

Renan Pulga também enalteceu a grande disputa até o final. “Foi um ano incrível. Fiz três finais em quatro etapas. Claro que queria ser campeão, mas Deus sabe o que faz. Também vou me profissionalizar e vou focar no QS”, ressaltou o vice-campeão.

Vale destacar que em todas as etapas, o evento proporcionou aos atletas tendas com várias brincadeiras, como ping pong, pebolim, cabo de guerra, caça ao tesouro, e ações educativas voltadas ao meio ambiente, como gincanas e limpeza da areia, além da distribuição de frutas. “O objetivo é proporcionar para a molecada um momento de descontração e também criar uma consciência ambiental”, disse o responsável pelas ações, Júlio Osório, o Bro.

O Hang Loose Surf Attack teve os patrocínios de Overboard, Sthill, Hot Water, Super Tubes e Surftrip. Copatrocínios de Rhyno Foam, Reef e CT Wax. Divulgação: Revista Fluir, Waves e FMA Notícias. Apoios das prefeituras de Ubatuba, Santos, Guarujá e São Sebastião, Associação Ubatuba de Surf, Associação Santista de Surf, Associação de Surf de Guarujá, Associação de Surf de São Sebastião, Governo do Estado de São Paulo, com organização da Federação Paulista de Surf.