Um dos assuntos abordados no consagrado Fórum HSM de Liderança e Alta Performance – realizado recentemente pela HSM Educação Executiva, em São Paulo/SP – foi a Agilidade, novo paradigma de gestão que busca colocar a interação entre as pessoas acima dos processos e ferramentas, aplicados inicialmente no desenvolvimento de softwares. Durante o evento, que reuniu alguns dos maiores pensadores em gestão, inovação e liderança do mundo, os métodos ágeis foram discutidos num contexto de gestão moderna nas empresas.
Para a Administradora Jenifer Terra, Diretora de Operações na DígithoBrasil, empresa de desenvolvimento de softwares de Campo Grande, que já é referência no assunto, aos poucos esse conjunto de conceitos, chamado de cultura ágil, vem avançando sobre os limites dos departamentos de desenvolvimento de softwares para a gestão de pessoas e de processos nas empresas. “Essa nova cultura possibilita uma gestão diferenciada, fazendo do líder um mobilizador de esforços pelos resultados e não um microgerente de rotinas, processos e burocracias”, diz.
A Administradora explica que os métodos ágeis se baseiam em premissas como colocar o funcionamento do produto à frente de uma documentação abrangente, a colaboração com o cliente acima da negociação de contratos e a resposta a mudanças antes do cumprimento rigoroso de um plano. “Quando aplicadas ao dia a dia da empresa, elas tornam possível reduzir o retrabalho, já que as entregas são menores e constantes, o que permite a correção de rumo a cada passo e a melhoria contínua graças à constante avaliação de processos e métodos de trabalho”, complementa.
A adoção da agilidade na gestão permite às empresas simplificar processos excessivamente burocráticos e focar nas interações e na colaboração entre pessoas (equipe, clientes e fornecedores). É o que explica Gabriela Rojas, Analista de Recursos na Humanos DígithoBrasil e membro do Conselho Administrativo da Agile Alliance Brazil, organização internacional que trabalha pela difusão da cultura ágil. “Os métodos ágeis começam a ser introduzidos na área de gestão quando os gestores enxergam valor na flexibilidade e na simplificação da resolução de problemas”, afirma.
Para Gabriela, os métodos ágeis devem ser vistos mais como uma forma de pensar e entregar valor do que como uma receita pronta ou um manual de procedimentos, focando totalmente na busca pela flexibilidade. “A agilidade leva a empresa, o departamento e o profissional a estarem sempre prontos a responder apropriadamente a mudanças, a questionar a forma de fazer cada etapa do trabalho, planejando em partes menores e com mais frequência, o que permite correções de rumo constantes”, acrescenta.
A Analista de Recursos Humanos reconhece que a Agilidade ainda é algo novo e nebuloso para alguns gestores, mas acredita que é um caminho inevitável até para empresas mais tradicionais, como bancos, por exemplo. “Pouco a pouco, o mercado financeiro está entendendo que esta é uma evolução necessária e sem volta. Cada empresa pode e deve ajustar os métodos e o modo de pensar de acordo com a sua realidade, mas os valores ágeis, como colaboração e flexibilidade, são bem claros e adaptáveis a qualquer contexto corporativo”, defende.