“Quando me formei, a maioria dos profissionais eram homens. Enfrentei dificuldades, mas nunca me abati ou pensei em desistir e tudo o que conquistei foi resultado de muito trabalho e apoio da minha família”. A afirmação foi feita pela diretora secretária do Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Terezinha Cândido, durante o painel ‘Mulher de Negócios – Empreendedorismo Feminino em Pauta’, realizado pelo Sebrae/MS – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas, nesta quarta-feira (16), em Coxim.
A médica veterinária foi uma das convidadas para reunião de mulheres empreendedoras e representou o setor rural do Estado. Com quase 20 anos atuando como instrutora do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Terezinha acumula ainda a função de presidente do Sindicato Rural de Coxim. “Identifico várias mulheres presentes aqui na plateia que poderiam estar sentadas aqui conosco pela história de trabalho e empreendedorismo que desenvolvem em sua região. Minha trajetória se resume em dedicação, eu gosto do que faço e procuro me dedicar”, complementa.
O evento é parte da programação da Rota do Desenvolvimento promovida pelo Sebrae/MS – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, entre os dias 15 e 17 de setembro, contemplando os municípios da região norte do Estado. Foram convidadas cinco mulheres com diferentes atuações na economia que compartilharam para um público de quase 150 pessoas, suas histórias de vida e trajetória profissional.
Na avaliação da diretora técnica do Sebrae/MS, Maristela França, o encontro é uma oportunidade para desenvolver o empreendedorismo feminino no Estado e aproximar a realidade de diferentes regiões. “Temos aqui neste bate-papo profissionais de Rio Verde, São Gabriel do Oeste, Coxim e Campo Grande que se destacaram por estar em desenvolvimento constante. É preciso fortalecer o espirito de cooperação entre as mulheres para que possam crescer ainda mais como profissionais”, reforça.
A veterana do grupo é a dona Iva Muller Pick, que há 30 anos trocou o Paraná pelo município de São Gabriel do Oeste, onde junto com a família trabalha numa loja de confecções. Ela conta que ao decidir sair da sua cidade com a família encarou uma aventura muito grande, mas não se arrepende. “Eu já trabalhava com comércio de frutas e revistas na minha cidade e quando cheguei em São Gabriel não tinha quase nada e resolvi montar meu negócio próprio. Até hoje estamos no mesmo lugar e tenho uma equipe que sempre se dedicou para que pudéssemos prosperar”, detalha.
Para Vilma Gonçalves, proprietária de uma loja de artesanato e bolsas no município de Rio Verde do Mato Grosso, o segredo do sucesso profissional é procurar capacitação constante e estar atenta as necessidades dos clientes. “Sempre priorizei minha família, mas, no dia que decidi ter meu negócio tudo aconteceu rápido e naturalmente. Sai à procura de um local para iniciar minhas atividades e voltei com o ponto definido”, revela. Em seis meses de trabalho, a microempresária conquistou o prêmio de destaque do ano pelo Sebrae e conta com uma equipe de quatro funcionárias, além da ajuda das filhas.
Outra convidada foi a empresária, advogada e atualmente, subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, órgão ligado à Sedhast – Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho. Ela destacou ao público a importância do empreendedorismo como ferramenta para as mulheres conquistarem a autonomia social e econômica. “Enquanto poder público, temos trabalhado para defender e fortalecer políticas públicas para as mulheres sul-mato-grossenses e despertar o empreendedorismo é uma das formas, por proporcionar condições de autonomia para muitas delas”, conclui.
Dados – De acordo com o Anuário das Mulheres – Empreendedoras e trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas 2014, realizado pela parceria Sebrae/Dieese, a concentração das atividades das mulheres empreendedoras está nos serviços de cabeleireiros, alimentação, comércio varejista, confecção e comércio de vestuário. Em Mato Grosso do Sul, 52% das pequenas empresas abertas nos últimos cinco anos pertencem a mulheres, contra 50% da média nacional.