O empresário Roberto Nogueira é um dos principais produtores de evento e empresário artístico do Brasil. Embora seja uma pessoa que se define como alguém “dos bastidores”, mantendo-se distante dos holofotes, preferindo que seus clientes apareçam, o dono da Matrix Produções e Eventos, inevitavelmente ganhou fama e repercussão nos seus mais de 20 anos de atuação no ramo, e tem se mantido relevante tanto como produtor de eventos de nomes no passado, como Tim Maia, assim como empresário artístico e pelo planejamento da carreira de nomes do presente como MC Koringa, Valeska Popozuda, Karol Ka, Cavaleiros do Forró, e a dupla sertaneja Henrique & Juliano.
A grande pergunta que profissionais do meio sempre lhe faz é de como se manter relevante na cena do entretenimento e artística, mesmo em meio a crise e ao declínio das casas de espetáculo no Brasil, como consequência da diminuição do poder aquisitivo da população. Roberto Nogueira responde a esta pergunta partindo de sua própria biografia: ”não sou produtor musical, mas tenho visão de mercado, daquilo que potencialmente será sucesso. Trabalho com diversos produtores musicais dentro deste conceito. Comecei no entretenimento como produtor de palco do Tim Maia durante 2 anos. Depois passei pela gravadora BMG e trabalhei com o Jorge Cardoso, produtor da Alcione, João Nogueira, Os Morenos, Só Pra Contrariar e Raça Negra, que foi um divisor de águas na minha carreira. A música popular é muito rica, e fazer boa música para as pessoas, que as agrade, é uma arte que poucos dominam”.
Para Roberto Nogueira, o segredo para driblar a crise é se reinventar, e estar aberto para a inovação: “pra driblar a crise é preciso inovar, e pra isso procuramos as oportunidades. Enquanto muitos fecharam as portas, outros agentes surgiram. A sorte pode proporcionar aquele momento, mas fazer um artista é passar verdade para o mercado. Existem vários artistas de uma música só, que não passavam verdade e desapareceram, mesmo tendo um hit, porque não convenceram o público. Então a lógica é que um dos maiores erros de artistas e empresários é não passar verdade. É preciso criar um identidade para o artista e personalidade, que o diferencie”.
O empresário afirma que a crise tem sido catastrófica para o entretenimento. No entanto, ele afirma que ainda é possível sobreviver a crise, e até mesmo destacar-se em uma época de oportunidade: ”Os tempos estão difíceis no entretenimento com a crise. 80% das casas noturnas fecharam, e nos bailes de comunidade ninguém paga ingresso, não gera renda. Logo, tendo em vista todo esse panorama, é preciso encontrar soluções criativas e conhecer o mercado, ouvir e ver o artista como o público. É preciso estudar o artista, fazer um planejamento, estudar o mercado, para que ele não seja mais um no mercado e tenha longevidade na cena do entretenimento”.