A tecnologia, que já permeia o segmento de educação, passa a fazer parte do Exame Nacional do Ensino Médio. Neste mês, os alunos já poderão realizar a prova em sua versão digital. Apesar de o projeto estar em pauta desde 2015, esta será a primeira vez que os candidatos poderão fazer a prova no computador. Ao todo, 96 mil vagas foram disponibilizadas para um total de 5,8 milhões de inscritos para este ano. Todas foram preenchidas rapidamente. É um bom sinal, já que o Ministério da Educação (MEC) afirma que pretende acabar com a versão física do exame até 2026. A implementação digital será progressiva e a edição de 2020 funcionará como uma fase piloto.
As duas modalidades acontecem em datas diferentes. As provas físicas foram aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro, e a versão digital ocorrerá nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Os dois modelos possuem a mesma estrutura, com 180 questões objetivas e uma redação. O Enem Digital 2020 será aplicado em 110 cidades de todos os estados e do Distrito Federal.
Entenda como funciona o Enem Digital e quais as suas vantagens
Em vez de cadernos de questões e cartões de respostas de papel, parte do exame será feita no computador. A redação do exame continuará sendo feita de forma manuscrita, nos mesmos moldes de aplicação e correção do Enem tradicional. Apesar de on-line, o candidato não poderá fazer a prova remotamente e a aplicação será realizada em locais determinados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) com computadores específicos.
O exame será dividido em dois domingos. No primeiro dia, além da redação, serão aplicadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e suas Tecnologias, com 5 horas e 30 minutos de duração. Já no segundo dia, serão aplicadas as provas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, com 5 horas de duração.
Uma das principais vantagens do novo formato é a possibilidade de ter uma avaliação mais interativa, algo esperado nas edições futuras do exame, em que o candidato terá acesso a vídeos, áudios e infográficos, além de deixar o exame menos cansativo.
O Fernando Santo, gerente de Inteligência Educacional e Avaliações do Sistema de Ensino Poliedro, destaca que essa é uma tendência mundial em avaliações educacionais, como já ocorre no Pisa, no exame americano SAT e no chinês Gao Kao. “Chegou a hora de o Enem também se atualizar, já que ele é o segundo maior exame do mundo e uma referência para outros países”, diz Fernando.
O Enem Digital será mais sustentável e haverá uma grande redução de custos para o governo federal, já que a impressão de cadernos e folhas de respostas não será necessária. “Além da redução de custos com impressão, haverá uma economia considerável de recursos públicos com a logística e a segurança do processo de aplicação tradicional do Enem”, explica Santo.
Existe ainda a possibilidade de haver flexibilidade nas datas da prova. Com essa nova versão, o governo pretende realizar mais de uma aplicação do exame ao longo do ano. Assim, os candidatos poderão fazer a prova quando acharem mais adequado.
O Enem Digital só será aplicado em grandes cidades e, em geral, em salas de computação de universidades. Para garantir a adequação do modelo, o Inep, em parceria com a Fundação Cesgranrio, que também faz parte do consórcio aplicador da prova, já realizou testes para fazer as validações necessárias.
Alunos interessados em entender a fundo a nova aplicação podem fazer um simulado digital gratuito, oferecido pelo Inep para o Brasil inteiro por meio do aplicativo oficial do Enem. E os inscritos na aplicação digital deste ano podem acessar um vídeo explicativo na “página do Participante”, no portal do Inep.