O Brasil é campeão de incidência de raios e trovões no mundo. E uma descarga atmosférica representa maior ameaça para o sistema elétrico, inclusive o de energia solar, que vem conquistando número cada vez maior de consumidores no país devido à economia que proporciona. Segundo Ariel Martins, especialista técnico comercial da fabricante de inversores solares Fronius do Brasil, ao se optar por um sistema fotovoltaico em casa ou nas empresas é preciso considerar uma série de medidas para garantir a segurança da instalação.
“Devido à intensidade da descarga que um raio é capaz de proporcionar, além da descarga direta, ou seja, quando o raio de fato atinge uma estrutura ou edificação propriamente dita, podem ocorrer também as chamadas descargas indiretas”, explica.
Ele esclarece que, dependendo da distância em que cai, a intensidade do raio no momento em que atinge o chão ou alguma estrutura é capaz de induzir uma corrente pelo solo ou mesmo pela linha elétrica, podendo ocasionar danos não só a equipamentos mais sensíveis, como também às pessoas.
Por isso, antes de tudo, o interessado em obter um sistema fotovoltaico deve consultar um projetista, que irá indicar as melhores condições para a sua instalação. “Se o local já possuir um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) eficiente, basta integrar o sistema fotovoltaico a ele. Caso contrário, um estudo, o dimensionamento e as ações necessárias para que o projeto se adeque aos requisitos de proteção estabelecidos em norma deverão ser executados”, afirma.
Para residências e sistemas de pequeno e médio porte, Ariel ressalta que a instalação de SPDA deve seguir as recomendações das normas vigentes da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), entre elas a NBR 16690, NBR 5410 e NBR 5419, que tratam de instalação elétrica e requisitos de projeto.
Ele também destaca que os surtos de tensão provocados pelas descargas atmosféricas também podem danificar os equipamentos. Por isso, Além do sistema de proteção contra raios, é preciso instalar também um componente conhecido como Dispositivo de Proteção contra Surto (DPS), que detecta as sobretensões desviando o surto elétrico para o sistema de aterramento. “Este aparelho deve ser instalado próximo dos módulos e das entradas do inversor solar e costuma ficar abrigado na chamada String Box, pequeno quadro de proteção que abriga tanto o DPS quanto os fusíveis”, informa.
O especialista alerta ainda que o sistema de proteção contra descargas atmosféricas é fundamental para proteger o investimento dos consumidores de energia solar. Pois, caso seja constatada sua ausência, os equipamentos do sistema danificados pela descarga do raio, seja o inversor ou módulo, perderão a garantia.