Entrevista com Italo Ferreira: “Esse ano quero ir mais além!”

Em visita a Santos, onde são produzidas as suas pranchas, pela Silver Surf, Top 10 do WCT fala das expectativas para a sua segunda temporada na elite.

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Se no ano passado ele era apontado como uma promessa, em 2016 o potiguar Italo Ferreira chega como realidade. Sétimo colocado no ranking do WCT de 2015, à frente de nomes como Jeremy Flores e o ícone Kelly Slater, ele foi o Rookie of The Year, da World Surf League (WSL), prêmio dado ao melhor novato do tour. Natural de Baia Formosa, tem uma relação muito estreita com Santos, no litoral paulista, onde esteve novamente nesse final de semana.

Desde os 14 anos de idade, tem suas pranchas produzidas pela Silver Surf, dos irmãos Sylvio e Adriano Oliveira, o Tico e o Teco, conceituada fábrica instalada no bairro da Vila Mathias. A ligação já extrapolou o contato profissional e passou a ser amizade, com visitas à cidade para surf.

Prestes a embarcar para a Austrália, onde disputará as três etapas iniciais do WCT, Italo veio conferir as 25 pranchas produzidas para esta “perna”, todas do modelo T.Patterson, e falou das expectativas para a temporada. “Ano passado foi uma alegria para mim. Consegui alcançar todos os objetivos, que era ser Rookie of The Year e terminar entre os dez melhores do Mundo. Esse ano eu quero ir mais além. Subir algumas posições e, quem sabe, no final estar bem no ranking e brigar pelo título”, declarou.

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Para ele, o segundo ano no Tour será mais consolidado. Lembra que depois de resultados negativos em Margaret River e Bells Beach chegou a ficar desanimado. “Surgiram várias perguntas na minha cabeça. Se eu iria continuar”, confessou. “Daí, consegui resultados muito bons, como Rio de Janeiro, Taiti, Fiji, Portugal, que me colocaram lá em cima. Tudo aconteceu muito rápido”, comentou.

O novato de 2015 da WSL lembrou que as pesadas ondas de Fiji e Taiti foram difíceis, mas isso já são águas passadas. “Eu nunca tinha surfado aquele tipo de onda, nunca tinha entrado num mar daqueles. O que eu fiz foi estudar bastante a onda, como adaptar o meu surf e chegar vários dias antes do evento, para testar pranchas. Consegui dois quintos, que foram bons para um estreante. Não tinha experiência alguma”, contou.

“Esse ano, acredito que será bom para mim. Estou me dedicando mais. Estou com pranchas muito boas, confiança grande. Só depende de mim, escolher a onda certa e fazer o que eu sei. Agora, Fiji, Taiti e Pipeline são sempre desafios. A gente nunca sabe como estará o mar. Então, é ir para cima”, falou, fazendo uma autoavaliação do que ainda precisa melhorar. “O uso da prioridade. O resto me acostumei”, disse.

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Na visita a Santos, Italo Ferreira também falou do convívio com os irmãos Tico e Teco, e toda a evolução para chegar a prancha ideal, usada hoje. “Trabalho com eles desde o tempo de mirim. A gente vem construindo uma carreira. O Tico me passou várias dicas, de medidas, tamanho de prancha e conseguimos chegar a uma prancha que uso diariamente”, ressaltou.

“Uma 5’9”, que a gente adaptou ao meu surf, com rabeta round, um pouco mais de borda e de largura, tanto no meio quanto no bico. Enfim, trabalhamos todos esses anos para chegar a essa prancha perfeita, que possa usar em quase todos os eventos. E o resultado apareceu no ano passado. Espero seguir com os meninos muitos anos e trazer um título para eles”, revelou.

Nesse ano, Italo também compete com patrocínio novo no bico da prancha, a Billabong. “É uma marca muito surf. Gostei muito da proposta deles. Optei de trocar. Continuo com a Oakley como copatrocínio e a Red Nose (Energy Drink) mantém. Vai ser bem legal ter o Joel (Parkinson), Taj (Burrow), Jack (Freestone), na mesma equipe, poder viajar com eles, fazer surftrips para a Indonésia. Um suporte a mais. Só vai me deixar mais confortável para poder competir tranquilo”, anunciou.

Entre idas e vindas a Santos, Italo segue em São Paulo em sua preparação final no Instituto Marazul, antes de embarcar para a Austrália. “Desço para Santos para poder surfar em Guarujá com o Tico e o Teco e testar minhas pranchas. Depois, é treino. Essa semana será dobrado”, admitiu o surfista, que hoje tem como técnico e manager, o experiente Luiz Henrique Campos, o Pinga, mesmo profissional que revelou e trabalhou Adriano de Souza, o Mineirinho, Caio Ibelli, entre outros.

“Estou com o Pinga há nove ou dez anos. Ele me ensinou muita coisa e até hoje ensina. A relação com ele é muito boa e nesse momento, que estamos traçando o objetivo grande, então, quero ter sempre ele do meu lado”, elogiou Italo, relacionando o técnico como um pai. “Me coloca na linha. Às vezes eu fico brava, mas ele me coloca na linha”, afirmou.

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Surfista Ítalo Ferreira em visita à Silver Surf, em Santos (SP) – Crédito: Fábio Maradei

Os shapers Tico e Teco não escondem a satisfação de poder atuar com Italo Ferreira. “Ele é um grande profissional, nos ajuda muito, é muito educado. Se tornou um amigo. O feedback que ele nos traz é muito importante. Às vezes são pequenos detalhes, mas que conseguimos aplicar para outros surfistas, porque o retorno não é só para ser empregado em suas pranchas. Usamos em todas”, disse Tico.

“É muito bom para a Silver Surf, porque além dele levar a imagem da marca para o mundo inteiro e consolidar a parceria com a T. Patterson Surfboards, nos ajuda na parte técnica. Ter o Italo é um sonho. Sempre sonhamos ter uma atleta entre os melhores do Mundo”, acrescentou Teco.

Eles também ressaltam que a Silver Surf tem uma parceria de muitos anos com o Circuito A Tribuna de Surf Colegial, referência no segmento. “Eu participei da primeira edição como atleta. Depois, já criamos um vínculo, sendo patrocinadores de pranchas do evento. É muito importante o surfista ter essa integração com a escola. Nós mesmos somos formados e graduados. Queremos continuar sempre apoiando o evento”, destacou Tico. “Criamos a Silver Surf em 1996 e hoje contamos com uma estrutura bem legal para desenvolver o nosso trabalho. Estamos sempre estudando, procurando inovar”, completou o shaper.

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http://youtu.be/X-hr4DaDgRw

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