Por uma diferença de menos de seis minutos, a equipe Poseidon garantiu o título do 13º Desafio Onbongo Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas, a mais longa prova de canoagem do Mundo, neste sábado (12), na Baixada Santista. Em condições realmente desafiadoras, os atletas enfrentaram 75 km de remadas no mar, com ondulações, e no Rio (Canal de Bertioga), com maré contra.
Os campeões completaram o percurso em 6 horas 16minutos e 16 segundos, superando a equipe YCP Koa Va’a, que chegou com 6h21min57s. Outro grande destaque foi a equipe paulistana Matero, da categoria mista (três homens e três mulheres), com o importante terceiro lugar, à frente de cinco masculinas nos top 10 da prova. No total, foram 21 equipes competindo, de vários estados. Até mesmo remadores de Brasília participaram da disputa.
O nome desafio foi levado à risca nessa edição. Logo na largada, várias equipes sentiram a dificuldade que teriam pela frente, com as ondas inundando as canoas. O primeiro trecho, até a Ponta do Monduba, foi de muita ondulação. Muitas canoas chegaram a virar e outras tiveram de desistir, por quebras.
Com largada e chegada na Praia da Aparecida, em Santos, os atletas remaram no sentido anti-horário da Ilha de Santo Amaro, passando por todas as praias de Guarujá e depois entraram no Canal de Bertioga, com trechos de mangue, e tiveram uma “reta” final no Porto de Santos. Todas as equipes remaram com barcos de apoio ao lado, tanto para segurança, quanto para os revezamentos dos atletas.
O organizador do evento e um dos maiores entusiastas da modalidade no País, Fábio Paiva, definiu bem o que os atletas enfrentaram nesta edição: “Foi a prova mais difícil da história da Volta à Ilha de Santo Amaro. O nome da prova já diz tudo. Trata-se de um desafio. As equipes precisaram ser mais estratégicas”.
A equipe campeã competiu com a mesma base da antiga TriboQPira, que por muitos anos dominou o cenário nacional das competições da modalidade, com nada menos que cinco títulos e dois vices nessa mesma Volta à Ilha. O time remou forte desde o início, chegou a ter perto a equipe Koa, mas logo abriu uma cômoda vantagem e, com grande vivência na prova, administrou a liderança até o final.
“A estratégia no começo poderia ser diferente, o mar estava bem agitado. Quando fomos mais para o fundo, começamos a abrir vantagem. A prova foi sensacional, pois o mar esteve em nosso favor na maior parte do tempo. Empurrou bem a equipe, estávamos preparados e fomos bem conduzidos diante das condições. Uma prova com essas adversidades torna a competição ainda mais gostosa de disputar. A gente acabou aproveitando bem as ondulações. Quanto pior o mar, mais divertido fica”, comemorou o capitão da Poseidon, Felipe Neumann.
Ele ressaltou que um dos objetivos era buscar o recorde, de 5h52min03s, da equipe Samu em 2013, mas a maré contra no Canal de Bertioga dificultou os planos. “Pegamos o canal inteiro contra, desde Bertioga até o Porto. Em outras partes do percurso, a gente até chegou a quebrar uns recordes provisórios, porque pegamos ondulações mais favoráveis”, destacou Felipe, que competiu junto com Jeferson Libório, Cadu Zaidan, Douglas Figueiredo, José Marcos Filho, Douglas Freitas, Gustavo Biagio, David Levi da Silva e Carlo Teodoro
A equipe vice-campeã também comemorou muito a performance. Celso Filetti lembrou que dos nove integrantes, cinco são master e dois (inclusive ele) são super masters. “Para mim, esse segundo lugar vale mais que o primeiro, pois na verdade a nossa equipe é formada somente por dois opens. Com todas as dificuldades, sem dúvida foi uma prova inesquecível”, destacou. “Mas a Poseidon está de parabéns. Remou forte o tempo todo”, complementou.
“Na verdade, acredito que faltou um pouco de treino no mar para a gente. Não surfamos tão bem quanto esperávamos, por isso que a equipe vencedora acabou ganhando vantagem. Quando entramos no Canal, a distância ficou menor. Poderíamos ter vencido, se tivéssemos aproveitado ainda mais essa vantagem no percurso”, ressaltou o capitão da equipe, Carlos Rittscher, o Carlão.
Além dos super masters Carlão e Celso, a Koa remou com Marcos Lage, Antonio “Totó” Bonfá, Rogério de Andrade, Claudio Chain, Vagner Riesco e os convidados open Alan Reynol e Luiz Guida, o Animal, considerado um dos dez melhores remadores de stand up paddle do Mundo.
Quem também comemorou muito o resultado foi a Matero, que fez bonito, competindo em condições de igualdade e superando times exclusivamente masculinos. “Vim da equipe Samu, recordista da prova. E Viemos com essa proposta de mesclar a equipe, ter uma vivência diferente. O grande desafio dessa prova é gerenciar, lidar com outras pessoas. Precisamos estar alinhados. É entender que trabalhando com gêneros distintos, muda a forma da remada, uma série de coisas. Essa equipe é de alunos meus. Sabíamos que poderíamos conquistar uma colocação favorável”, vibrou Sérgio Prieto, capitão da equipe.
Ele remou com Viviane Matero, Patricia Linger, Carmem Lucia da Silva, uma das maiores atletas de provas de aventura de todos os tempos no Brasil, Juliana Ruiz, Dave Macknight (que também competiu pela campeã Samu), Vitor Pogeti e Vinicius Sanches.
Mais do que força e resistência, os atletas demonstraram trabalho em esquipe, sobretudo nas sincronias de remadas e nas estratégias de trocas. A canoa tem seis lugares e os times nove atletas, três justamente para o revezamento feito durante todo o percurso e um dos pontos emocionantes. A troca é feita com a embarcação em movimento, com três atletas saltando e outros três ocupando seus lugares em questão de segundos.
“Foi uma prova espetacular. Recorde de canoas no mar. O pessoal preparado e vibrando por completar esse desafio. Tivemos atletas de várias partes do País e isso mostra como o esporte continua crescendo no Brasil”, festejou Fábio Paiva.
O secretário de esportes de Santos, Alcídio Mello, também ficou feliz com o sucesso do evento. “A canoa havaiana é um evento maravilhoso, que agrega toda uma comunidade, uma família. Ela vem crescendo cada dia mais. Por isso, a Prefeitura de Santos, através da Secretaria de Esportes, tem essa parceria com o Fábio Paiva, oferecendo escolinha para a terceira idade. Hoje estamos vendo mais uma edição super emocionante. Equipes que dão aula de união e superação”, comentou.
O 13º Desafio Onbongo Volta à Ilha de Santo Amaro de Canoas Havaianas teve os patrocínios de Caiaques Opium Hightec, Onbongo, Embraport e Farma Conde. Apoio: Semes (Promifae), Prefeitura Municipal de Santos, FMA Notícias, 98 FM, Vit Shop, Panificadora Rainha da Barra, Thiago Árias Personal Studio & Pilates, IDK – Instituto DAKPA, Capitania dos Portos, Praticagem e Corpo de Bombeiros. Organização da Canoa Brasil, com supervisão da Abracha – Associação Brasileira de Canoa Havaiana.
TOP 10 DE 2016
- Poseidon – 6h16min16s
- YCP Koa Va’a – 6h21min57s
- Matero (mista) – 6h37min29s
- Floripa Va’a – 6h41min05s
- ATR Hoe Mana – 6h44min25s
- Brucutus – 6h46min41s
- Brucutus – 6h48mn48s
- Tios Floripa Va’a (master) -6h53min42s
- Ohana Paddle Club Ilhabela (mista) 6h54min02s
- ATR Loucaos Va’a Júnior – 7h04min04s