O país vive uma escassez de mão-de-obra na construção civil e esse cenário vem sendo o grande propulsor da aceleração da industrialização dos processos nos canteiros de obras. “A falta de profissionais para os canteiros de obras é constatada em todas as funções, e não apenas nas mais especializadas”, afirma Paulo Liberatore, sócio-diretor da Libercon Engenharia. Segundo levantamento do ano passado da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), sete a cada dez construtoras já sofriam com falta de mão-de-obra. Uma outra pesquisa, do Sintracon-SP, mostra que profissões como a de pedreiro, por exemplo, já não atrai as novas gerações.
A industrialização dos processos construtivos já é uma realidade nos EUA e Europa há décadas. No Brasil, esse movimento vem se tornando cada vez mais acelerado. Além de necessitar de menos funcionários nos canteiros, a industrialização agrega outras vantagens como sustentabilidade, gerando menos desperdício, resíduos, retrabalho e diminuindo as emissões de gás carbônico. Traz mais agilidade para a obra, pois as peças geralmente vêm prontas da fábrica e são montadas por encaixe, como em uma linha de produção.
A segurança para o ambiente de trabalho também aumenta, pois há menos chances de ocorrer algum acidente e a qualidade final do produto é melhor, mais homogênea. “Quanto aos custos, tudo vai depender do projeto. Algumas soluções podem sair mais baratas em relação ao método tradicional e, outras, um pouco mais caras. Porém, à medida que a demanda aumenta, os preços vão se ajustando ao longo dos anos”, afirma Nicola Cociolito Filho, gerente de Novos Negócios da Libercon Engenharia.
Em um canteiro, tudo pode ser industrializado. Os processos são inúmeros: stell frame, stell deck, pré-moldado, construção modular, madeira engenheirada, dry wall, entre outros. “A intenção é criar um grande “lego”, tirando a obra de ‘dentro da obra’”, diz o sócio-diretor da Libercon, empresa que já construiu mais de 3,8 milhões de m² ao longo de 21 anos de atuação no mercado.