Estresse térmico provocado por altas temperaturas afeta a saúde, a produção e a reprodução de vacas leiteiras

Vanessa Carvalho, zootecnista da Phibro Saúde Animal – Foto: Acervo Pessoal

Anualmente, grande parte dos bovinos do mundo sofre com o estresse térmico, que causa diversos efeitos deletérios em vacas leiteiras, gerando impacto negativo na produção, na reprodução e também na saúde dos animais.

Sabe-se que vacas em boas condições de bem-estar produzem mais leite, apresentam melhores índices reprodutivos, têm menos problemas de saúde e, desta forma, ficam mais tempo no rebanho. Por outro lado, animais sem acesso à conforto e bem-estar apresentam menor imunidade, menor ingestão de matéria seca, baixa reprodução e menor produção, sendo que todos esses fatores acabam interferindo na produtividade, na saúde do animal e, consequentemente, em sua longevidade.

Nos Estados Unidos, as perdas econômicas causadas por efeitos deletérios do estresse térmico chegam à casa dos US$ 900 milhões por ano, segundo estudos. No Brasil, um país tropical, com temperaturas médias altas, o impacto pode ser ainda maior. Nas nossas fazendas, é bastante comum vermos vacas sob estresse térmico, ofegantes, babando, aglomeradas de pé e algumas vezes até dentro de bebedouros ou represas tentando se resfriar. Estes são sinais claros de que o estresse térmico é um problema.

Alguns fatores externos, além da temperatura ambiente, podem influenciar no estresse térmico do animal, como umidade relativa do ar, exposição à radiação solar, velocidade do vento entre outros. Sendo assim, o parâmetro de temperatura interna dos bovinos é o mais correto quando queremos avaliar se eles estão ou não sofrendo com o estresse térmico, associando essas informações com o THI (índice de temperatura e umidade do ar). Em geral, utilizamos um THI de 68 como limiar para o início do estresse térmico. A Frequência Respiratória (FR) também é um parâmetro que pode auxiliar na avaliação do estresse térmico: estudos mostraram que vacas com FR acima de 60 movimentos por minuto já estão em situação de estresse térmico.

Levantamento da Phibro Saúde Animal, empresa global que é referência em nutrição e saúde animal, avaliou mais de 5 mil animais e mostrou que vacas em lactação nas diferentes regiões brasileiras passam em média 39% do tempo em estresse térmico durante o ano, com temperatura corporal maior que 39,1 graus.  Os dados encontrados nas fazendas nos mostram que o rebanho passa muito tempo em estresse térmico, o que indica que existe a necessidade de maior conscientização bem como investimento em tecnologias que possam melhorar o conforto para o gado. O investimento em instalação e resfriamento para os animais se torna cada dia mais imprescindível e, quando associado com tecnologias e manejo nutricionais, pode resultar em maior rentabilidade do sistema.

Uma estratégia nutricional para ajudar a minimizar os efeitos do estresse térmico vem sendo trabalhada pela Phibro Saúde Animal. Trata-se do OmniGen-AF®, fórmula exclusiva da empresa que possui expressivos resultados no auxílio do controle do estresse térmico com diversas pesquisas comprovados em todo mundo.

Estudo conduzido pelo prof. José Luiz Vasconcelos (prof. Zequinha), na Universidade Estadual Paulista (Unesp), comprovou que vacas suplementadas com OmniGen-AF ficaram cerca de 50% do tempo a menos em estresse térmico – e não foi só isso. Além de reduzir o tempo em estresse térmico, levou essas vacas a produzirem 3,2 litros a mais por dia do que as fêmeas do grupo-controle.

Em um outro estudo conduzido na Universidade do Arizona (EUA), utilizando vacas em câmaras climáticas com temperatura controlada, foi verificado que animais consumindo OmniGen-AF tiveram aumento significativo na ingestão de matéria seca, menor frequência respiratória e temperatura retal durante o estresse térmico comparados com o grupo controle, indicando que o produto pode ser um forte aliado no controle do estresse térmico.

É preciso destacar, contudo, que o apoio de soluções nutricionais não exclui a necessidade da adoção de medidas complementares de manejo do estresse térmico, com a implementação de sistemas de resfriamento. Esse conjunto de ações não apenas colabora a produção e a lucratividade das propriedades rurais, mas também se firma como um importante aliado da pecuária responsável e sustentável, garantindo o bem-estar animal em tempo integral.

*Vanessa Carvalho, zootecnista, doutora em nutrição de ruminantes pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e gerente de produtos e serviços técnicos para bovinos de leite da Phibro Saúde Animal. 

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