Campo Grande (MS) – Celebrando a independência da Bolívia, comemorada em 6 de agosto e divulgando uma parte importante da arte e da cultura do país vizinho, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul inicia nesta segunda-feira (17 de agosto) a Mostra Cinema Boliviano no Museu da Imagem e do Som. As exibições culturais do projeto CineMIS acontecem até sexta (21), sempre a partir das 19 horas. A entrada é franca.
A programação do CineMIS contará com dois longas (dias 17 e 18), uma seleção de curtas (dia 20) e apresentações de música, dança e folclore boliviano nos dias 19 e 21. Os filmes serão exibidos em idioma original e com legendas em espanhol.
A Mostra Cinema Boliviano é uma parceria do Museu da Imagem e do Som com o Grupo Folclórico Boliviano T´ikay, com a Associação de Professores de Espanhol de Mato Grosso do Sul, com a professora Suzana Mancilla Barreda (UFMS/CPAN) e o Grupo Masis Brasil.
Em sua quarta edição, também celebra os dez anos de um evento que une culturas na Praça Bolívia, em Campo Grande. Inaugurada em 2005, a iniciativa persiste graças aos residentes bolivianos, dos grupos folclóricos T’ikay, Masis Brasil e a curadoria da professora Suzana Mancilla.
Confira a programação
17 de agosto (segunda-feira) – Los Andes no Creen em Dios – Final da década de 20. Alfonso Claros, um jovem engenheiro com estudos na França e inquietações literárias, se muda de La Paz para Uyuni, no sul da Bolívia, para trabalhar em uma grande companhia mineradora. A cidade vive um momento de esplendor, com alguns homens muito ricos, outros esperando pacientemente a sorte grande de encontrar a mina dos sonhos e uma maioria explorada nas galerias. É um lugar de estranho magnetismo, carregado de euforia coletiva produzido pelo encanto do minério, onde convergem cinco personagens cujas ações entram num jogo de paixões e frustrações. Uma delas é Claudina, uma moça sensual e forte, que cativa Alfonso por seu orgulho e sua beleza. Drama, 105 min, 2007. Direção: Antonoi Eguino.
18 de agosto (terça-feira) – Escríbeme – Postales a Copacabana (Escreva-me – Postais a Copacabana) – O filme nos revela três mundos, três gerações, três mulheres, cada uma delas, a sua maneira, em busca de seu destino. O outro grande protagonista da história com sua majestosa beleza é o lago Titicaca, soberbo marco geográfico de uma história de sentimentos, frustações e esperanças. Drama, 95min, 2009. Diretor: Thomas Kronthaler.
20 de agosto (Quinta-feira) – Apresentação de curtas
“Origen de la Quinua – Mito aymara” – A origem da Quinoa (tipo de grão andino) conta a história de como uma estrela abençoou o povo Ayamara com o grão dourado, logo depois de conhecer um jovem do campo. É a lenda de como o grão Quinoa começou a alimentar os povos andinos graças a uma estrela e um jovem do campo. Ficção/ Animação, 5min, 2014, Dir. Jorge Carmona.
“A Avó Grilo: O mito da dona da água” – Baseado numa lenda do povo Ayoreo da Bolívia que diz que no princípio havia uma avó, que era um grilo chamado Direjná. Esta avózinha era a dona da água e por onde quer que ela passasse com seu canto de amor, a água brotava. Um dia, os netos pediram que ela fosse embora e ela partiu, triste. Mas, na medida em que ia sumindo, também a água ia embora. Neste curta, a história se atualiza e na sua viagem para lugar nenhum a avó é encontrada pelos empresários que a aprisionam. O povo passa necessidade e sofre. Até que um dia, o povo entende que é preciso lutar. Prêmios: Melhor Filme Latino Americano de 2010 no Festival de Filmes de Aahrus, Dinamarca. Direção: Denis Chapon, 12min, 2010.
“Historias Contaminadas” – Em cinco curtos capítulos esta coleção retrata ironicamente como os comportamentos destrutivos do ser humano parecem ser as maiores ameaças à própria espécie humana. Ou será a sua estupidez? Premiado no Festival de Cinema das Américas de Nova Iorque. Animação, 9min, 2014. Direção: Denis Chapon.
Apresentações Culturais com os Grupos Masis-Brasil e T’ikay – Os grupos apresentarão vários ritmos e danças típicas da região. Confira algumas delas:
Cueca – uma família de estilos musicais e danças a estas associadas, típica da Argentina, Chile e Bolívia. A dança representa a conquista e o desejo amoroso de uma mulher por um homem e está presente no oeste da América do Sul desde a Bolívia até a Argentina e a Colômbia, tendo suas variações de acordo com a região e a época.
Huayño – É reconhecida como a dança mais representativa dos Andes. Historiadores acreditam que nas suas origens possa ter sido uma dança funerária, hoje se caracteriza como uma dança muito festiva. Atualmente difundidos no norte argentino, Peru e Bolivia.
Tobas – Dança que representa a cultura dos povos indígenas do sudeste e oriente boliviano, em suas coreografias demonstram a beleza e fortaleza com poderosos saltos acrobáticos que simbolizam a força destas tribos.
Danza del Arete Guasu – Apresentamos esta dança que se chama Rosita Pochi, originária da cultura dos Ava Guarani, povos indígenas bolivianos, entoada e dançada em celebrações importantes como na festa da boa colheita. O nome significa tempo verdadeiro.
Saya Afroboliviana – Dança típica dos povos afros bolivianos que habitam a região dos Yungas em La Paz. É uma expressão cultural do povo negro que vive na Bolívia, remanescentes dos escravos trazidos pelos colonizadores na época da mineração.
Morenada – Nasceu através do uso de escravos negros na cidade de Potosí, na Bolívia. Na época colonial representa, com sua roupa ricamente adornada e pesando cerca de 25 quilos, a opulência de seus amos e também o alto preço que valiam. Destaca-se “El Rey Moreno” com sua máscara, coroa e abundante pedraria enfeitando seu traje representando a monarquia dos países de onde vinham os escravos. As matracas e os passos característicos de sua dança representam os sons das correntes que prendiam os escravos pelas pernas e as pesadas carroças que tinham que levar.
Caporales – Dança folclórica representada ao publico pela primeira vez em 1969. Sua origem se dá pelo Caporal, que em muitos casos era o mestiço ou mulato capataz escravo de negros.
Tinku – Dança da região andina da Bolívia. Tinku significa o grande encontro das comunidades, resultavam em lutas corporais e que o sangue derramado era ofertado a Pachamama (mãe terra).
Serviço: As exibições acontecem nos dias 17, 18 e 20 de agosto (segunda, terça e quinta-feira) e as apresentações culturais nos dias 19 e 21 de agosto, sempre às 19 horas e são gratuitas.
O Museu da Imagem e do Som fica no Memorial da Cultura, na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, 3º andar. Para maiores informações sobre a programação do museu acesse www.mis.ms.gov.br. O e-mail do MIS é mis@fcms.ms.gov.br. Telefone: (67) 3316-9178.