O mercado ilícito representa 70% do total de equipamentos das redes de telecomunicações utilizados pelos pequenos e médios provedores no Brasil. A dimensão deste que é um dos mais recentes aspectos da clandestinidade nas fronteiras brasileiras faz parte do estudo ‘Mercado ilegal de telecomunicações’, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF).
O estudo demonstra o impacto da ilegalidade no setor e será lançado durante o V Seminário Fronteiras do Brasil, realizado pelo IDESF nesta quarta e quinta-feira (24 e 25.10), em Foz do Iguaçu. O evento terá a presença de autoridades nacionais em diferentes áreas e vai debater os temas mais urgentes das regiões fronteiriças, entre eles a segurança pública e o mercado clandestino de telecomunicações e de agroquímicos.
Realizado a partir de dados de fontes oficiais como Receita Federal e Anatel, o estudo demonstra que um conjunto de irregularidades gera impacto estimado de R$ 1 bilhão anual na cadeia formal das telecomunicações, montante que cresce junto com a expansão do mercado. “Além do contrabando, as práticas criminosas neste segmento envolvem fraudes na importação, falsificações de modens, rádios e fibra ótica e a alteração na especificação dos produtos”, elenca o presidente do IDESF, Luciano Stremel Barros.
O cruzamento de dados da expansão do serviço no Brasil com o crescimento da importação de produtos de telecomunicação pelo Paraguai dá uma dimensão do tamanho do mercado ilegal. Em 2015, o país vizinho importou 85,1 mil equipamentos do setor. No ano seguinte, as importações pularam para 337,8 mil equipamentos, um aumento de quase 400%. “A maior parte desse material abastece o mercado brasileiro. O destino é, basicamente, pequenos e médios provedores que crescem nessa mesma proporção”, afirma Barros.
O Brasil contava com 27 milhões de acessos banda larga no ano passado, uma rede sustentada pelo crescimento no número de pequenos e médios provedores. Os registros da Anatel apontam um mercado formado por 4,2 mil empresas, mas a quantidade estimada de empresas em operação no setor pela própria agência é de cerca de 10 mil.
Lançamento: O estudo ‘Mercado ilegal de telecomunicações’ será lançado nesta quarta-feira (25), às 21h, durante o V Seminário Fronteiras do Brasil. O evento acontece no auditório da Polícia Federal de Foz do Iguaçu.
Sobre o IDESF – O IDESF é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Foz do Iguaçu (PR), que, por meio de estudos, ações e projetos, promove a integração entre as regiões de fronteira, o fortalecimento das relações políticas, sociais e econômicas e o combate aos problemas próprios dessas regiões.
Serviço:
O quê: V Seminário Fronteiras do Brasil – Lançamento do estudo ‘Mercado ilegal de telecomunicações’
Quando: 24 (das 19h às 22h) e 25 (das 8h às 13h) de outubro de 2018
Onde: Auditório da Polícia Federal de Foz do Iguaçu