Em reportagem publicada no último dia 21 na página Aventuras na História, do UOL, o filósofo, escritor, psicanalista e neurocientista Fabiano de Abreu foi entrevistado para abordar a chamada ciência da filosofia, a neurociência. Ele apresentou uma linha de tempo com grandes descobertas sobre o cérebro que ocorreram durante a evolução da humanidade até os tempos atuais e analisou problemas contemporâneos.
Como exemplo, Abreu citou a campanha Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do suicídio. “É preciso lembrar que nunca na história houve tantos casos de pessoas que tiraram a própria vida como agora. A humanidade, que sempre questionou os motivos que levassem as pessoas a cometerem tal ato, agora encontra na neurociência uma maneira de entender as disfunções neuronais no cérebro”, afirmou o neurocientista à publicação.
Ele explicou que o suicídio pode ou não estar relacionado à depressão, mas certamente tem relação com as disfunções nos neurotransmissores, os mensageiros químicos no cérebro. Eles são responsáveis pelo humor, sono, motricidade e várias outras funções e sensações. Fabiano de Abreu destacou que a prática destes atos impensáveis ou a falta de raciocínio são decorrentes destas disfunções, que afetam a forma da mensagem ser transmitida da parte mais primitiva do cérebro até a mais recente, onde é regulada a razão e a lógica. Fabiano ainda explica que é possível incentivar o cérebro e ativar funções, por meio de estudos, leituras e atividades novas.
Ele alerta que a sociedade atual está com o cérebro afetado: “A história é responsável pelo presente, já que, estamos doentes mentalmente e descontrolados nos nossos instintos mais primitivos. De forma abrupta, viramos a chave da evolução com a tecnologia que nos proporcionou mudanças comportamentais que afetaram nosso instinto natural de sobrevivência”. A partir disso o neurocientista elenca as diversas descobertas sobre o cérebro na história e suas contribuições. “A participação de cada um dos nomes da história foi necessária para todas as descobertas e para alcançarmos o patamar de conhecimento que temos nos dias de hoje. Uma ideia leva a outra, que se desvendam e desenvolvem mutuamente aproveitando o que temos de melhor em relação aos demais seres vivos, que é nossa razão localizada nos lobos frontais”, explica Abreu.