Familiares da tragédia-crime da Vale em Brumadinho intensificam luta por Justiça em Brasília

Nos últimos dias, representantes da AVABRUM se reuniram com autoridades na Presidência da República, no STJ, no Ministério da Justiça e no CNJ/CNMP, reforçando a demanda por justiça para as 272 vítimas.

Brumadinho (MG) – Nesta semana, entre os dias 3 a 5 de setembro, a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho) intensificou sua luta por justiça em Brasília, destacando a urgência e a gravidade da situação das 272 vítimas que perderam suas vidas devido à tragédia-crime da Vale em Brumadinho. A delegação, composta pelas diretoras Maria Regina e Jacira Costa, pela presidente Nayara Porto e pelos advogados Dr. Danilo Chammas e Dra. Thabata Pena, participou de uma série de encontros importantes para garantir que a voz das famílias seja ouvida e que os culpados sejam responsabilizados.

No primeiro dia, 3 de setembro, o grupo acompanhou uma audiência onde foi concedido um prazo de 30 dias para que a defesa dos engenheiros Makoto Namba, André Jum Yassuda e Marlísio Oliveira Cecílio Júnior, da TÜV SÜD, acusados pelas 272 mortes em Brumadinho, avalie as novas provas apresentadas pelo Ministério Público Federal. A decisão renovou a esperança dos familiares, que aguardam com ansiedade o avanço do julgamento. A comitiva também foi recebida pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebastião Reis Júnior, e participou de reuniões com a Secretaria de Diálogos Sociais e a Secretaria de Acesso à Justiça do Governo Federal.

Foto: Divulgação

Já no segundo dia, a presença dos familiares na Presidência da República marcou um avanço significativo. Durante a reunião com Lucas Monteiro, Chefe de Gabinete da Secretaria de Comunicação Social, a diretoria da AVABRUM, afirmou: “Ele se mostrou muito disponível para nos ouvir, conhece Brumadinho e o que ocorreu. Foi uma conversa essencial para garantir que a Presidência compreenda a magnitude da nossa luta e as realidades enfrentadas pelas famílias.”

Os temas abordados incluíram as angústias causadas pela morosidade do processo e a solicitação de uma audiência com o Presidente Lula para que ele possa ouvir diretamente o sofrimento e as demandas das famílias.

No último dia, a comitiva foi recebida pelo Observatório de Causas de Grande Repercussão do CNJ/CNMP, que se comprometeu a construir condições para que a justiça avance sem enfrentar novos obstáculos. Nayara Porto avaliou os encontros com otimismo: “Cumprimos nosso papel e estabelecemos conexões essenciais para fortalecer nossa cobrança por justiça.”

Ainda na quinta-feira, as representantes encontraram-se com o Chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério da Justiça, Elizeu Soares Lopes, e com o diretor de Promoção de Acesso à Justiça, Pedro Martinez. As reuniões reafirmaram a necessidade urgente de garantir que as 272 vítimas, cujas vidas foram ceifadas pelo colapso da barragem, tenham acesso a uma justiça efetiva e que os responsáveis sejam devidamente punidos.

Os três dias de intensas atividades em Brasília demonstraram a determinação inabalável dos familiares em sua busca por justiça, exigindo ações concretas para evitar a repetição de tragédias como a de janeiro de 2019.

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