Com um modelo sustentável de produção, aliando grande escala com a preservação do bioma Pantanal a Fazenda Ema, passou de 80 mil para 300 mil arrobas por ano, no período de 17 anos. O apreço pelo trabalho e a qualidade da carne fez com que os empreendedores criassem o próprio frigorífico, dentro da Fazenda. Os detalhes do projeto foram apresentados no fechamento do Confinar 2019, que ocorreu nos dias 23 e 24, em Campo Grande.
A empresa se especializou na pecuária de corte e faz o ciclo completo de produção: cria Região Pantanal (Paiaguás, Nhecolândia e Jacadigo), recria (Jacadigo) e engorda (Serra de Corumbá).
Entre os desafios na produção no Pantanal estão as diferentes espécies de forrageiras que compõem o bioma, com taxas nutricionais diferentes. “Em uma análise encontramos 286 espécies de plantas na região pantaneira, ao avaliarmos as fezes de alguns animais nos deparamos com 83 espécies, o equivalente a 30%. Isso é um desafio na nutrição animal”, apontou Marinho durante sua palestra no Confinar 2019.
Além desses desafios a propriedade se preocupou com o processo logístico para o abate dos animais e pelos processos industriais em que passam a carne. “Queríamos minimizar o estresse pré-abate e maximizar o sabor, decidimos então levar o frigorífico até o boi. Por isso, o frigorífico foi levado até uma das fazendas do grupo”, explica Daniel Marinho, que está à frente do projeto.
Segundo um dos organizadores do Confinar, Rodrigo Spengler, também diretor da Beeftec o caso se trata de um empreendimento referência. “Os envolvidos tiveram a visão e planejamento suficiente para apresentar ao mercado uma carne diferenciada e um modelo de produção sustentável. Apesar dos altos custos a implantação de uma indústria dentro da própria fazenda apresenta diversas vantagens”, afirma o organizador do Confinar, evento que reuniu cerca de 1.300 participantes entre pecuaristas e técnicos do setor de diferentes estados brasileiros e países.
Cerca de 90% dos animais encaminhados para o Frima, frigorífico da Fazenda Ema, são de produção da própria fazenda. Eventualmente buscam animais de outras propriedades, apenas para completar a escala industrial. O empreendimento tem capacidade para abater 120 cabeças por dia e gera cerca de 80 empregos diretos.
Além da Fazenda Ema, o fechamento do Confinar 2019, contou com casos de sucessos das propriedades Engenho da Serra (Goiás) e Santa Luzia (Mato Grosso do Sul).