Fortes e determinadas, mulheres ocupam 52% dos postos de trabalho no Sistema Famasul

Sistema Famasul comemora a semana da mulher com ações especiais – Foto: Divulgação

Sistema Famasul comemora a semana da mulher com ações especiais – Foto: Divulgação

Atualmente, setenta mulheres ocupam os postos de trabalho dentro do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, conjunto de entidades formado pela Famasul, Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Funar – Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural e Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja. Entre estagiárias, terceirizadas e efetivas, elas respondem por 52% dos cargos. Seja qual for a função, as mulheres da Casa Rural vem se destacando por seu empenho e comprometimento.

Este é o caso da gestora do Departamento de Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, Mariana Urt, que desde 2012 trabalha na instituição e há 14 anos é formada em Medicina Veterinária. “Antes, as mulheres sofriam preconceito nessa carreira por ser uma profissão que exigia esforço físico e lida com animais de grande porte e que não poderia ser executada por uma mulher. Mas eu acredito que, com a ajuda da tecnologia, isso mudou e hoje há um espaço maior nesta área profissional”. Liderando uma equipe formada por homens e mulheres, Mariana, de 36 anos, aposta no bom relacionamento e no respeito mútuo. “Os profissionais homens do meu departamento são muito respeitosos comigo e com as colegas”.

A gestora aguarda a chegada do seu primeiro filho, João Marcelo, para o início de junho e já vê como um grande desafio se dividir entre a ‘Mariana mãe’ e a ‘Mariana profissional’. “Tenho despendido muitas horas de pensamento e análise sobre este assunto. Eu sou muito comprometida com o meu trabalho que, até então, é a minha prioridade. O desafio agora será equilibrar tudo isso. Mas, eu vou conseguir”.

Dados do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento revelam que as mulheres latino-americanas ganham menos que os homens, mesmo que possuam um maior nível de instrução. A diferença, por meio de comparação simples dos salários médios, chega a 10%. Já quando a comparação envolve homens e mulheres com a mesma idade e nível de instrução, essa diferença sobe para 17%.

O Brasil apresenta um dos maiores níveis de disparidade salarial. No país, os homens ganham aproximadamente 30% a mais que as mulheres de mesma idade e nível de instrução. Para a Mariana a mudança deste cenário está por vir. “Temos a mesma capacidade de trabalho que os homens. Com garra e determinação, vamos mudar esta realidade. A mulher do século XXI tem que ser estrategista para conseguir o sucesso”.

Com dez anos dedicados ao trabalho de copeira na Casa Rural, Joanice Figueiredo é exemplo de que é possível sim conciliar o lado materno e profissional. Ela tinha recém dado à luz a sua filha Raíssa quando começou a trabalhar na instituição em 2006. Sem outra alternativa e com o apoio da diretoria e dos colegas, Joanice trazia a filha para o ambiente de trabalho. Rotina que se perdurou até a criança completar três anos.

“Eu costumo dizer que aqui é a minha segunda casa. É um ambiente de aprendizado contínuo. Eu trazia a Raíssa para cá e ela me acompanhava em todos os departamentos. Quando o serviço apertava, os meus colegas me ajudavam. Quando ela nasceu, eu trabalhava em uma empresa onde era bem difícil a missão de amamentá-la com a rotina de trabalho. Então optei por ela, pedi demissão e Deus abriu uma porta para mim quando comecei a trabalhar aqui”.

O serviço prestado ao longo destes anos trouxe à Joanice conquistas pessoais e financeiras. “Durante esse período eu comprei a minha casa e outros bens. Mas a minha maior conquista foram meus amigos. Uma vez, minha filha teve broncopneumonia. Ela precisava de um inalador, meus colegas da instituição se uniram e fizeram uma vaquinha para comprar o aparelho”.

A diretora-secretária do Sistema Famasul e coordenadora pedagógica do Senar/MS, Terezinha Candido, é um exemplo de determinação. Com vinte anos de experiência como instrutora, ela já foi presidente do Sindicato Rural de Coxim e hoje ocupa um cargo de liderança dentro da instituição. “Atualmente, em Mato Grosso do Sul, mais de 20 mil mulheres são responsáveis pela renda do lar. Isso é prova de que as mudanças já estão acontecendo. Com determinação, as diferenças gradativamente vão diminuir até acabar”.

Saúde da Mulher – Para comemorar o dia internacional da mulher, será realizada no dia 08 de março, no auditório do Sistema Famasul, uma palestra direcionada ao público feminino da instituição. A médica ginecologista, Nicola Rosa, ministrará, a partir das 14h, a palestra Saúde da Mulher.

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