Neste mês de outubro, celebramos alguém que fez o bem por onde passou, e por isso, hoje, é lembrado por muitos. Estou falando do primeiro santo brasileiro, Frei Antônio Sant’Anna Galvão, cuja festa celebramos neste dia.
A 160 km da capital paulista, na região do Vale do Paraíba, está a cidade de Guaratinguetá (SP), onde nasceu e viveu Frei Galvão; um ponto de parada de muitos peregrinos na região considerada como capital do turismo religioso no país.
O roteiro abriga as cidades de Aparecida, Guaratinguetá e Cachoeira Paulista, que formam o tripé do Circuito Turístico Religioso do Vale do Paraíba, criado em 2007 para estruturar o setor na região. É um dos segmentos que mais crescem no Brasil e no mundo, sendo responsável por gerar R$ 15 bilhões anualmente, segundo pesquisa do Ministério do Turismo.
Costumo dizer que me pareço bem com o Circuito Turístico religioso, pois nasci em Guaratinguetá, terra de Frei Antônio de Sant’Anna Galvão. e fui batizada por Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, uma das comunidades católicas que trabalha com a recuperação de dependentes químicos, e está presente em 18 países.
Fui consagrada à Nossa Senhora Aparecida, por minha mãe, pois quando tinha nove meses e fui diagnosticada com uma doença que me impediria de andar, o médico disse à minha mãe que talvez eu viesse a engatinhar após os quatro anos e antes mesmo de completar um ano de vida fui da sala para cozinha caminhando, sem ter aprendido a engatinhar, e me joguei nos braços da minha mãe. Posteriormente, os exames, confirmaram o milagre que havia recebido por intermédio de Nossa Senhora.
Há 20 anos vivo na Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), que evangeliza através dos Meios de Comunicação e realiza um importante trabalho social, proporcionando na vida de quem acompanha sua programação, o bem e um encontro pessoal com Deus.
Nascida em Guaratinguetá, posso falar com segurança o amor que o povo tem por Frei Galvão. Certa vez fui ao Museu de Frei Galvão e recordo de uma imagem que não saiu da minha cabeça. Lá, em meio a tantas memórias deste santo homem, vi uma mesa que ele usava para subir e fazer suas colocações à multidão, que se reunia para ouvi-lo. Esta mesa tinha a marca dos seus pés, dessa forma podemos imaginar o quanto ele subiu para orientar o povo de sua época. Estou falando dos anos de 1700!
Frei Galvão nasceu em 1739. Ele não era um homem somente da palavra, e a história registra que ele andou muito. Naquela época se deslocar era exigente, era a cavalo, ou a pé mesmo. Assim ele percorreu muitos quilômetros por onde conseguia ir, atendendo aos pobres.
De família rica, com prestígio social e influência política, seu pai, o enviou aos treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já estava seu irmão José. E então, no dia 16 de abril de 1761, fez seus votos solenes e foi para o Convento de São Francisco, em São Paulo (SP) para aperfeiçoar seus estudos de filosofia e teologia e exercitar-se no apostolado.
Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1998, recebendo os títulos de Homem da Paz e da Caridade e de Patrono da Construção Civil no Brasil. No seu processo de beatificação foram constatadas 27.800 graças documentadas, além de outras consideradas milagres.
Sereno e sempre voltado para o bem, assim será lembrado Frei Galvão. A história ainda conta que frei curou diversas pessoas por meio de pílulas, com orações escritas dentro. Além das pílulas, em Guaratinguetá é possível encontrar muito sobre a vida do frei e seus milagres. Frei Galvão foi Canonizado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, durante a visita do Pontífice ao Brasil.
*Paula Guimarães é missionária da Comunidade Canção Nova, jornalista, administradora, apresentadora da TV Canção Nova e aluna do curso de mestrado em Comunicação e Semiótica e pesquisadora no grupo de Processos de Criação nas Mídias, pela PUC-SP. É autora dos livros “TV Canção Nova – A vida por trás das câmeras” e “Como ser feliz em família – 15 passos para encontrar felicidade em seu lar”, ambos pela Editora Canção Nova.