Durante o mês de junho e início de julho, a Fundação MS realizou, em parceria com o Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), os tradicionais Dias de Campo sobre o milho safrinha. Com o início da colheita, produtores rurais, técnicos, acadêmicos e profissionais da área puderam sanar dúvidas sobre as principais tecnologias utilizadas na produção do grão em Mato Grosso do Sul. Ao todo, 436 pessoas participaram do evento, realizado em Maracaju, Bonito, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Amambai e Naviraí.
Mais de 50 variedades de milho foram apresentadas. Entre as opções, estão cultivares que apresentam bom potencial produtivo, estabilidade e tolerância a doenças foliares, por exemplo, além de se adaptarem positivamente ao solo de determinadas regiões do Estado. Híbridos de ciclo superprecoce, precoce e semiprecoce também fazem parte das recomendações. Alguns destacam-se pelo elevado grau de produção, florescimento e colheita precoce, com boa resposta ao manejo de fungicidas.
Conforme o pesquisador de fitotecnia milho da Fundação MS, André Lourenção, as condições climáticas foram favoráveis, bem como o controle eficaz de pragas e doenças. “Em algumas áreas, entre os meses de março e abril, faltou um pouco de chuva, mas de maneira geral o clima foi muito bom, o que gera boas expectativas”, explica, salientando, ainda, que não houve geada, nem grandes atrasos nos cultivos.
O desempenho de híbridos de milho, com e sem o uso de fungicidas, também está em pauta. “Em termo de qualidade, quando se aplica o fungicida, temos uma planta mais sadia e com menor risco de tombamento. Porém, em alguns materiais de milho, não foram verificados aumento de produtividade após a aplicação de fungicidas”, avalia o pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Jurca Grigolli.
Em relação às doenças, Grigolli afirma que uma das que mais chamaram a atenção nos ensaios observados em Maracaju foi a helmintosporiose, que causa queimadura nas folhas e, consequentemente, prejudica a produtividade. “No entanto, isso não chegou a afetar a produção de forma geral porque os produtores estão cada vez mais atentos, realizando, ao menos, uma aplicação de fungicida por safrinha”, ressalta.
Outro assunto é a adubação do solo. Segundo o pesquisador de manejo e fertilidade, Douglas Gitti, alguns fatores são fundamentais para o bom desempenho na absorção de nutrientes para o solo e as plantas. “É preciso conhecer a fertilidade do solo para realizar a adubação. Por isso, ela deve ser feita em áreas corrigidas, com teores de micronutrientes adequados”, explica.
Para o Diretor Executivo da Fundação MS, Alex Melotto, os Dias de Campo são oportunidades para que os representantes da cadeia produtiva conheçam as novas tecnologias existentes no mercado para o milho safrinha. “Desta maneira, o produtor terá embasamento para adquirir materiais apropriados, podendo escolher os que melhor se adaptam as condições de sua propriedade”, conclui.
Fonte: Sato Comunicação