Fundador da LeEco se recusa a voltar para a China após ordem judicial

Autoridades chinesas temem calote de Jia Yueting, cujo projeto mais famoso é o elétrico Faraday Future FF91

Modelo elétrico FF91 da Faraday Future (Foto: Divulgação)

Modelo elétrico FF91 da Faraday Future (Foto: Divulgação)

O conglomerado LeEco está em apuros com seus credores. Segundo o site Automotive News, o fundador da companhia, o empresário chinês Jia Yueting, recusou-se a voltar para a China após uma ordem da Comissão Reguladora do país oriental. Yueting teria que retornar até dezembro do ano passado, uma forma de garantir a quitação (ou a responsabilidade) do enorme débito da companhia com seus credores, valor que chega a 1,54 bilhão de dólares, nada menos do que R$ 5 bilhões em valores convertidos.

A LeEco tem negócios em várias áreas, de eletrônicos ao setor de entretenimento, mas foi justamente a expansão rápida por múltiplos setores que levou o grupo ao endividamento. O empresário e ex-chefão do grupo afirmou que não cumpriu a ordem porque está levantando fundos. “Eu estou profundamente arrependido e culpo a mim mesmo pelo impacto negativo sobre a crise da dívida da LeEco”, afirmou Jia Yueting em sua conta do WeChat.

Vice-President Richard Kim, CEO YT Jia e Vice-Presidente Senior Nick Sampson na revelação do Faraday Future FF 91 (Foto: Ethan Miller/Getty Images)

Vice-President Richard Kim, CEO YT Jia e Vice-Presidente Senior Nick Sampson na revelação do Faraday Future FF 91 (Foto: Ethan Miller/Getty Images)

O projeto mais famoso da LeEco é o elétrico FF91, feito em conjunto com a Faraday Future como um concorrente do Model S da Tesla. De acordo com o executivo, o grupo tem feito um “significante progresso” na busca por investimentos nos Estados Unidos e isso teria determinado a sua decisão de ficar no país norte-americano.

Na verdade, a produção e viabilidade do FF91 foram praticamente jogadas para escanteio depois da drenagem de capital sofrida pela companhia que, recentemente, também abandonou o projeto de um outro elétrico feito em parceria com a Aston Martin, o RapidE, versão eletrificada do Rapide, escalado para a produção para 2019.

Em setembro, a Faraday já havia anunciado a interrupção da construção da fábrica do FF91, em Nevada (Estados Unidos).  O investimento de US$ 1 bilhão (R$ 3,2 bilhões) garantiria uma capacidade de produção de até 150 mil carros por ano. A própria Faraday afirmou que faria uma fábrica menor para garantir as entregas, mas isso parece pouco provável.

Para tentar estancar a sangria, Jia Yueting já deixou o cargo de CEO da LeEco. Somado a isso, o conglomerado de empresas vendeu bens e demitiu uma boa parte do seu pessoal. Isso não impediu que a justiça chinesa o colocasse na lista negra de maus devedores, o que gerou mais cobranças e o congelamento dos bens do chefão.

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