Um tanque semelhante a uma lagoa, medindo 12 metros de largura, 50 de largura e 3,5 de profundidade fez a diferença na realização da 10.ª Feira da Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, que aconteceu no último fim de semana (29 e 30/04 e 1.º de Maio). Centenas de assentados do Incra-MS e inclusive sem-terra aplaudiram a existência da porção de água, não por ela estar integrada à beleza natural da chácara Cachoeirinha, propriedade do produtor rural José Rigato, situada em Glória de Dourados, onde foi realizada a Feira. O tanque é um criatório de peixes e fonte permanente de água para irrigar os pastos do imóvel rural.
Com a mesma água, Rigato mantém 47 vacas leiteiras das quais 17 produzem 150 litros por dia. Além disto, no final de cada mês, pelo menos 1.500 quilos de tilápia são retirados do cativeiro e vendidos entre R$ 8,00 e R$ 10,00 o quilo. A chácara tem o mesmo padrão de dezenas de outras que contornam toda a cidade disponibilizando exemplos para qualquer produtor rural. Os participantes da Feira, em sua maioria, pequenos produtores, não perderam a oportunidade de visitar boa parte desses imóveis rurais. Els foram transportados através do que foi denominado “giro nas fazendas”, utilizando uma frota de ônibus que ficou à disposição dos passageiros o dia inteiro.
Os passeios foram realizados entre as pausas das aulas teóricas sobre diversos assuntos, entre eles, programa de financiamento e capacitação para a agricultura familiar, realizada dentro do parque de exposições de Glória de Dourados. Dentre os palestrantes, o superintendente regional do Incra-MS falou sobre Titulação de Assentamentos e Programas de Apoio à Produção na Reforma Agrária. “Procuramos mostrar aos assentados a preocupação do Incra em tornar os assentamentos mais antigos independentes para se autopromoverem por meio de parcerias privadas e acesso a outras linhas de financiamento de suas produções. Frisamos também importância para a reforma agrária dos programas de aquisição de alimentos, que são hoje a garantia da renda de muitos assentados em todo o País”, completou Humberto.
A frequência das aulas teóricas foi satisfatória, chegando a lotar o auditório de 400 lugares. Os palestrantes foram do Incra, Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, MDA e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems). Em relação aos assentados do Incra que não participaram do “giro nas fazendas” ou de aulas práticas na comercialização de produtos originários dos assentamentos, como artesanatos, erva-mate, doces, queijos, tapioca e bebidas como licores, sucos e chás. Aproximadamente 500 assentados participaram da comercialização desses produtos.