No mês de conscientização sobre a hanseníase, uma doença ainda bastante estigmatizada pela sociedade, a Unimed Campo Grande conversou com o Dr. Augusto Afonso de Campos Brasil Filho, dermatologista e hansenólogo, para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto.
Apesar da campanha Janeiro Roxo e do Dia Mundial de Combate à Hanseníase, celebrado no último domingo deste mês (este ano no dia 29), ainda há muito o que aprender sobre a doença, que atinge homens e mulheres de todas as faixas etárias.
O que é hanseníase?
É uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico, que persiste como saúde pública no Brasil, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, e que afeta principalmente nervos periféricos, olhos e pele.
A doença atinge homens e mulheres de todas as faixas etárias, podendo apresentar progressão lenta e progressiva, e quando não tratada pode causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis.
Sintomas
O principal acometimento que faz surgir as lesões e deformidades na pele estão relacionadas a acometimento neural, ocasionando perda de sensibilidade na pele, normalmente acompanhada por alterações, como uma mancha em tom mais claro que a cor natural da pele do indivíduo, ressaltando que essa mancha também tem perda de sensibilidade, que pode ser térmica (quente e frio), dolorosa (indolor) ou tátil (não percebe toques), e em fase mais avançada, surgem placas avermelhadas de centro claro, perda de pelos da sobrancelhas, cílios e do corpo.
Além disso, há perda da força muscular nas mãos e pés, por exemplo, sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés, caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Contágio
A transmissão acontece por transmissão oral (através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro), e quando uma pessoa mais suscetível à doença mantém contato por tempo prolongado com uma pessoa infectada em fase avançada. Ainda assim, a probabilidade do contágio acontecer é de apenas 10%.
Diagnóstico
O diagnóstico da hanseníase é clínico, não há um exame laboratorial que seja definitivo, o que muitas vezes dificulta o resultado. No entanto existem estudos avançados para otimizar o diagnóstico da doença.
Tratamento
Muito importante dizer que o SUS disponibiliza de forma gratuita o tratamento. De maneira geral, ele é feito com a associação de medicamentos com ações antibióticas e quimioterápicas, hoje denominado poliquimioterapia, justamente pela necessidade de associar mais de um antibiótico, a fim de evitar a resistência da bactéria.
Cura
Seguindo o tratamento prescrito pelo médico, de forma adequada, a doença é totalmente curável. Portanto, ao notar algum dos sintomas, procure um médico de confiança.