O Brasil abriga a maior biodiversidade do mundo, e, segundo censo do IBGE, possui mais de 300 etnias indígenas. Apesar da riqueza biológica e cultural, a população ainda desconhece parte desta diversidade. Com o objetivo de preencher esta lacuna e oferecer uma história de aventura genuína ambientada no país, a trilogia “A Guerreira Potira” é produzida hoje na capital pela escritora Bianca Resende e pela ilustradora Marina Torrecilha e revisado por Linda Terena, doutoranda em antropologia; que também traduziu artigos voltados para a temática “Trânsito” e que foram publicados, neste site, de forma bilíngue (Português/Terena) pelo colunista do “Campo Grande Notícias” Rosildo Barcellos, membro da Academia Literária Internacional de Artes, Letras e Ciências “A palavra do século 21” cadeira 109, inclusive tendo recebido dia 7 (sete) próximo passado, a Comenda Literária Germano Carretoni.
Não obstante, o livro tem como foco o público infanto-juvenil e conta a história da indígena Potira, a partir de uma lenda do folclore nacional. Na tradição oral, a personagem passou a chorar diamantes após perder o amado em uma batalha. Porém, na trilogia produzida na capital, a indígena ganha novos contornos e uma aventura só para ela.
Em “A Guerreira Potira”, a personagem se depara com a derrubada de castanheiras e embarca em uma saga dentro da mata brasileira para impedir o desmatamento. Ela é acompanhada por seres mágicos. As autoras buscam produzir um conteúdo inteligente para as crianças, abordando a defesa do meio-ambiente e com referências positivas sobre os povos indígenas. Para tanto, elas se debruçaram em pesquisas sobre a descrição da fauna e flora, além de referências culturais, folclóricas e antropológicas. “É importante passar que a floresta é brasileira, queremos fomentar o debate sobre a preservação ambiental de forma lúdica”, diz a ilustradora Marina Torrecilha.
Para a escritora Bianca Resende, a descrição regional ajuda a criar uma sensibilidade maior. “Se fala muito sobre conscientizar sobre desmatamento, mas a criança não sabe o real impacto disso, é preciso direcionar para gerar uma sensibilização maior… Como mãe, acho importante que meus filhos e que essas novas crianças que estão chegando tenham contato com essa realidade, elas são a nossa chance de criarmos conteúdo novo”.
Além de fortalecer a identidade cultural por meio de elementos regionais, a história busca trazer a força feminina por meio de uma heroína indígena. “Antes, tinha imaginado uma personagem que iria ter a amiga indígena, colocando o indígena como o outro; quando a gente coloca a Potira como a protagonista, começa essa questão do respeito e de não a ver como coadjuvante”, finaliza Bianca.