Um homem foi aprovado em três das cinco etapas do concurso da Polícia Civil de São Paulo mesmo sendo procurado por homicídio. Ele foi preso na última segunda-feira (10), na Academia da Polícia Civil do Butantã, na Zona Sul da capital, onde realizaria a prova oral.

Procurado pela Justiça passou em três das cinco fases do concurso para Polícia Civil (Foto: Reprodução)
Cristiano Rodrigo da Silva, de 40 anos, trilhava o caminho para se tornar investigador da Polícia Civil. Ele já havia passado por três etapas da seleção. Na terceira fase, na qual o foragido foi aprovado, os candidatos são submetidos a um “teste de idoneidade e conduta escorreita, mediante investigação social, de caráter eliminatório”, como prevê o edital do concurso.
Quando chegou à Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra, onde realizaria a prova oral do concurso, ele foi preso. Soube-se que Cristiano era procurado pela Justiça desde 2007 por homicídio qualificado. Ele tinha um mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal de Mairiporã em aberto.
A Polícia Civil justificou que, por decisão do Supremo Tribunal Federal, a investigação social não pode ser instrumento de exclusão de nenhum candidato, mas que assim que se soube de um mandado de prisão em aberto, ele foi preso e desclassificado do concurso.
Cometeu latrocínio depois de se passar por policial civil
Conforme consta no processo, Cristiano foi coautor do roubo seguido pela morte de José Roberto Nogueira Ferreira, no dia 9 de novembro de 2006, no bairro Cidade Líder, na Zona Norte de São Paulo.
Ele e seu comparsa Ricardo Fabiano da Silva Coutinho viraram réus após uma denúncia do Ministério Público. De acordo com o inquérito policial instaurado, a dupla, a bordo de um carro caracterizado como uma viatura da Polícia Civil, abordou José.
Apresentando-se como agentes, algemaram José e exigiram as chaves do seu carro. A dupla partiu em direção a Mairiporã. Ricardo dirigia o carro que acabavam de roubar, enquanto Cristiano levava a vítima no banco de trás.
Ao chegarem em uma estrada do município de Mairiporã, os falsos policiais ordenaram que José descesse do carro e o assassinaram com tiros na cabeça. O carro da vítima foi queimado.
Depois do corpo de José ser encontrado, a investigação teve início. A ação de Cristiano e Ricardo foi vista por um casal, que anotou a placa da falsa viatura. Os dados foram passados à polícia, que descobriu que os dois guardavam o veículo em um estacionamento, no qual tinham cadastro em seus verdadeiros nomes, inclusive com registro no dia do assassinato de José.
Com os materiais colhidos pela investigação, os dois foram qualificados e indiciados. Ricardo foi preso e condenado. A Justiça de Mairiporã decidiu levar Cristiano à júri, mas ele conseguiu escapar e ficou foragido. Após ter sido preso nesta semana, ele deve ser finalmente julgado.